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 O dia que virei humana por você

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MensagemAssunto: O dia que virei humana por você   O dia que virei humana por você EmptyQua Jul 09, 2014 10:15 am

Título: O dia que virei humana por você
Autor: bajumoon
Gênero: romance/drama
Censura/Classificação: PG-13
Capítulos: 7
Resumo ou uma promo: Jeannie é castigada por Haji e fica sem seus poderes. Mas como ela servirá seu amo assim?

I

“Eu não posso me casar com você, Jeannie! Já disse milhares de vezes! Você é um gênio!”
Mais uma vez ouvi você falar isso, quando toquei de novo nesse assunto.
Eu fechava a cara e ficava irritada, mas isso não passava de um disfarce para esconder minha tristeza causada por suas palavras.
Por que você não podia me aceitar como eu era? Eu o amava tanto!
Meu maior sonho na vida era ser sua esposa, ficar ao seu lado pra sempre, cuidar de você.
Mas você continuava com sua teimosia e sempre dizia não.
No dia seguinte resolvi dar uma volta pelo parque e vi uma mulher abraçando seu filho.
Senti um aperto no coração. Como eu gostaria de estar fazendo o mesmo com um filho meu. Um filho nosso!
Se eu fosse uma humana, como aquela mulher ali, você já teria se casado comigo e estaríamos felizes juntos.
Por que as coisas tinham que ser desse jeito? Vivi anos esperando por você e quando finalmente o encontrei, não posso ser sua esposa!
Não! Isso não era justo! Eu tinha que fazer alguma coisa!
Tinha que dar um jeito, pra fazer você mudar de ideia!
Voltei correndo pra casa e entrei em minha garrafa.
Procurei meu antigo livro de feitiços e achei um que era perfeito!
Eu já tinha tentado enfeitiçá-lo uma vez e não tinha dado certo, porque Haji descobriu.
Mas por que não tentar de novo? Soube por mamãe, que Haji andava atarefado demais, com outros gênios problemáticos.
Ele provavelmente nem iria perceber meu feitiço, ou talvez, quando percebesse, eu já estaria casada com você!
O feitiço que encontrei era bem mais simples do que o outro.
Eu só precisaria ter em minhas mãos uma roupa sua unida com uma minha e proferir as palavras do feitiço.
Assim que nós dois usássemos essas peças de roupas, o feitiço se realizaria.
Saí da garrafa e fui até seu quarto, pegando uma das suas camisas azuis. Retirei meu véu e segurei-o em minhas mãos, juntamente com a sua peça de roupa.
Recitei as palavras do livro e assim que terminei, ambas as peças brilharam em minhas mãos por um instante.
Coloquei meu véu de volta em mim e guardei sua camisa, dobrando e a colocando em cima das outras na gaveta.
Assim que você usasse a peça, o feitiço se consumaria.
***
Estava na cozinha, na manhã seguinte, quando escutei os seus gritos.
Você correu ao meu encontro e me abraçou, pedindo-me em casamento.
Eu sorri, balançando a cabeça e você me beijou profundamente.
Tinha dado certo! Finalmente eu seria a senhora Nelson!
Você me disse que pediria licença no trabalho por uma semana e nos casaríamos no dia seguinte.
Eu estava feliz e com sorte! O Major Healey que poderia impedir o casamento de alguma forma, não estava por perto. Tinha ido para uma missão de sobrevivência. E Haji até aquele momento, não havia descoberto o que eu fiz.
Mas isso era uma coisa que me deixava apreensiva!
Se Haji descobrisse, eu seria obrigada a tirar o feitiço, além de receber algum tipo de punição.
Tinha que dar certo! Faltava apenas algum tempo antes do casamento e Haji não chegaria até lá! Eu pensava esperançosa.
Você foi para a base e voltou horas depois, muito animado com o casamento.
 Meu coração se enchia de alegria por vê-lo assim. Mesmo que você estivesse enfeitiçado, eu sabia que no fundo, você estava mesmo contente.
 No dia seguinte, já estávamos prontos pra sair e nos casar. Depois ficaríamos alguns dias, viajando em lua de mel.
Estávamos saindo, quando o que eu temia aconteceu: Haji surgiu no meio da sala e estava furioso!
“Ha-Haji! O que faz aqui?” Perguntei, com uma risada nervosa.
“Você sabe muito bem o que eu faço aqui! Como se atreve a fazer isso de novo? Retire o feitiço dele imediatamente!”
“Mas...” Eu comecei a falar.
“Que feitiço?” Você perguntou confuso.
“Agora!” Insistiu Haji, sem paciência.
“Não! Por favor, não me peça isso!” Eu falei.
“Não estou pedindo, estou mandando!” Disse ele, implacável.
“Do que estão falando?” Não podemos nos atrasar, Jeannie! Vamos agora!” Disse você.
“Pela última vez, retire o feitiço!”
“Ah, Haji! Vamos conversar! Por que você não permite só desta vez e...”
“Já chega!” Haji usou seus poderes para desfazer o feitiço.
Você ficou repentinamente fraco e desmaiou.
“O que você fez com ele?” Gritei pra Haji, preocupada e indo ao seu socorro.
“Ele está bem!” Disse Haji. “Vai acordar sem lembrar-se do que aconteceu durante o feitiço.” Eu fiquei triste e Haji prosseguiu: “Mas agora é hora de cuidar de você!”
“O que vai fazer comigo, Haji?” Perguntei com medo.
*************
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MensagemAssunto: Re: O dia que virei humana por você   O dia que virei humana por você EmptyQua Jul 09, 2014 10:16 am

II

“Você sempre foi minha gênia preferida, uma criança amável e dócil! Mas não é de hoje que passa por cima das minhas ordens e das leis dos gênios. Eu relevei o máximo que pude, mas essa foi a gota d’água. Tenho que puni-la severamente, como exemplo para os outros.” Disse Haji.
“Mas Haji...” Eu estava muito assustada.
Nesse momento você recobrou a consciência e perguntou:
“O que houve?” Você se levantou e depois olhou pra Haji: “O que ele faz aqui, Jeannie?”
Eu não respondi. Estava assustada demais, esperando o meu castigo. E também estava chateada por você não lembrar-se do que aconteceu.
Haji, que por um momento tinha se calado, deu finalmente a minha sentença:
“A partir de agora você não será mais um gênio! Você não gosta dos mortais e desse mundo? Então agora será um deles! Seus poderes serão retirados!”
Haji estendeu o braço, com a mão fechada e logo em seguida a retraiu, com se estivesse puxando os meus poderes.
Eu senti-me tonta e teria caído no chão, se você não tivesse me segurado.
“Adeus para sempre, Jeannie!” Disse Haji, indo embora.
“Jeannie, você está bem?” Você perguntou.
Fiz que sim com a cabeça e dei um fraco sorriso.
Você me levou até o sofá, fazendo com que eu me sentasse e me perguntou:
“Afinal, o que foi tudo isso? Que história é essa de retirar seus poderes?”
Eu olhei em seus olhos e disse:
“Haji se zangou comigo e me puniu, retirando meus poderes!”
“Mas por quê?”
“A razão não importa mais, amo!”
“E isso é permanente?”
“Sim! Eu nunca mais serei um gênio!” Disse, com um amplo sorriso.
Eu estava tão feliz! Talvez para Haji fosse um castigo, mas pra mim, era um sonho realizado! Agora eu era uma mulher como as outras!
Olhei profundamente para ti, esperando ver em você a mesma alegria, mas para minha surpresa, você ficou sério.
“E agora? O que faremos? Como irei esconder você do Dr. Bellows? Da última vez que isso aconteceu, tivemos vários problemas!”
O quê?! Eu não estava entendendo. Você não planejava se casar comigo agora que eu não tinha mais poderes?
“Ma-mas, podemos nos casar e...” Eu disse meio hesitante.
“Casar? De onde você tirou isso? Será que você se esqueceu? Não podemos nos casar! Mesmo que você tenha perdido seus poderes, nossos filhos podem ser gênios!”
Senti uma pontada de dor no peito. Sim, eu tinha me esquecido. Ou talvez tivesse a esperança de que depois de todo esse tempo que passamos juntos, isso não tivesse mais importância pra você. Mas estava enganada!
Tentei esquecer um pouco da minha tristeza por você não querer se casar comigo e falei, para tranquilizá-lo:
“Não se preocupe, amo! Vai dar tudo certo! Eu vou ser uma ótima dona-de-casa, melhor do que qualquer outra mulher!” Falei entusiasmada.
Você me olhou com incredulidade. Mas não disse mais nada. Talvez por ter me visto tão animada, ou porque sabia que não adiantava discutir. Não havia mais o que fazer.
***
Como de costume, acordei cedo no dia seguinte. Levantei-me do sofá (que agora me servia de cama) e o arrumei.
 Apesar de não ter sido tão desconfortável, sem dúvida, um sofá não era o melhor lugar pra dormir e eu sentia falta da minha garrafa.
Ah, se pelo menos eu pudesse dormir ao seu lado!
Mas tudo bem! Não me deixaria abater por isso!
Eu provaria a você, que eu poderia ser uma mulher como as outras e você mudaria de ideia e se casaria comigo, mesmo com o risco dos nossos filhos serem gênios.
Fui para a cozinha preparar o seu café. Apesar da minha boa vontade, não foi tão fácil como eu previra. Quebrei alguns copos e pratos e quase coloquei fogo na cozinha.
Quando fui arrumar a mesa, você apareceu com cara de assustado.
“Jeannie, que cheiro de queimado é esse?”
“Hehe, não foi nada, amo!” Eu o acalmei. “Vamos, sente-se aqui, que vou lhe servir o seu café!”
Você se sentou e assim que eu trouxe um prato de ovos com bacon, você me olhou com pavor.
“O que é isso?” Você perguntou, olhando para o prato.
“São seus ovos com bacon, amo!” Eu respondi.
Tudo bem que estavam um pouco “escuros”, mas será que não dava pra reconhecer?
“Desculpe-me, mas não posso comer isso, Jeannie!”
“Como?” Você ia se recusar a comer? Depois de todo o meu trabalho?!”
Olhei pra você um “pouco” brava e você se levantou rapidamente.
“É q-que eu estou sem fome, Jeannie! Tenho que ir trabalhar agora! Até mais!”
E antes que eu pudesse dizer algo, você já tinha saído.
Dei um suspiro frustrado. Bom, agora só me restava limpar a casa.
*************
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MensagemAssunto: Re: O dia que virei humana por você   O dia que virei humana por você EmptyQua Jul 09, 2014 10:21 am

III

Ah, foi ainda pior limpar a casa dessa vez, do que da primeira que fiquei sem meus poderes.
Por que será que eu sempre quebrava algo, queimava as suas roupas, ou arruinava o jantar?
Já estava no fim da tarde, quando decidi descansar um pouco, estava exausta!
Por que será que as outras mulheres conseguem fazer tudo isso tão bem?
Parece tão fácil pra elas!
Resolvi tomar um banho! Depois de todo o meu esforço com as tarefas domésticas, estava suja e suada.
Passei no meio das roupas jogadas pela sala (ainda não as tinha recolhido) e fui até o banheiro do seu quarto.
Depois de tomar banho, percebi que não tinha outra roupa pra vestir.
Antes eu não precisava me preocupar com isso. Era só piscar e pronto! Mas agora...
Enrolei-me em uma toalha e saí do banheiro.
Procurei nas suas gavetas algo pra vestir. Escolhi uma das suas camisas azuis e a coloquei.
Você chegou algum tempo depois.
“Jeannie cheguei!” Corri alegre para recebê-lo e o encontrei examinando a sala. “Que bagunça é essa aqui?” Disse você.
“Eu sinto muito, amo! Tentei arrumar tudo, mas não deu muito certo!”
“Ah, mas isso aqui está um caos!” Você olhou pra mim, de repente: “Espere! Por que está vestindo a minha camisa?”
“Bem, é que eu não tinha outra roupa pra vestir!” Você não disse nada e eu perguntei: “Você está com fome? Eu já preparei o jantar!”
“Você fez o jantar? Com suas próprias mãos?”
“Sim, amo! Não havia outra forma de fazer!”
“Hehe, sabe Jeannie, acho que não estou com fome! Comi alguma coisa na base e acho melhor ir tomar um banho e dormir!”
“Mas amo...” Eu ia insistir, mas você correu para o seu quarto, fechando a porta.
Desanimada, sentei-me no sofá. Eu não estava conseguindo agradar você!
***
No dia seguinte, no fim da tarde, você chegou trazendo uma caixa nas mãos.
“Isso é pra você, Jeannie!”
“Pra mim?” Peguei a caixa com entusiasmo, abri e me deparei com um lindo vestido rosa.
“Ah, é lindo amo! Obrigada!” Disse, o abraçando e lhe dando um beijinho no rosto.
Ah, você tinha comprado um vestido pra mim. Pra mim! Não sabe o quanto eu fiquei feliz com isso.
Você abriu sua carteira e pegou um cartão de crédito.
“Pegue!” Você disse me estendendo o cartão. “Compre o que precisar pra você!”
Assenti sorrindo e pegando o cartão.
Eu me senti ótima! Era como se nós estivéssemos casados!
Voltei a sonhar, imaginando que, com o tempo, eu estaria tão ligada a você, que me pediria em casamento.
Afinal, agora eu não era mais um gênio!
Aquela noite foi muito especial, simplesmente porque estávamos juntos.
Você até comeu o jantar que eu preparei (fez careta, mas comeu) e depois ficamos juntos, sentados no sofá, assistindo TV.
Você começou a bocejar e disse:
“Jeannie, eu já vou dormir! Tenha uma boa noite!”
Você já estava próximo do seu quarto, quando eu perguntei:
“Amo?”
“O que foi, Jeannie?”
“Você não vai me dar um beijo de boa noite?”
Você hesitou por um instante e disse:
“Claro!”
Você se aproximou de mim e eu fechei os olhos, ansiosa.
Era o primeiro beijo que eu receberia, como uma mulher comum.
Seu rosto se aproximou do meu e você beijou minha testa.
Abri os olhos, confusa e sem entender.
“Boa noite, Jeannie!” Você disse e entrou em seu quarto.
Fiquei muito chateada. Por que você estava me tratando diferente agora?
Pensei que as coisas entre nós iriam melhorar, mas estavam piores!
O que estava acontecendo, afinal?
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MensagemAssunto: Re: O dia que virei humana por você   O dia que virei humana por você EmptyQua Jul 09, 2014 10:23 am

IV

Passaram-se alguns dias. Eu me esforçava com os trabalhos domésticos, tentando melhorar cada vez mais!
Você elogiava meu esforço, mas percebi que estava cada vez mais distante de mim.
As coisas ficaram ainda piores, quando o Dr. Bellows apareceu de repente em casa.
Você me disse para esconder-me no seu quarto.
O Dr. Bellows entrou na sala, comentando levemente sobre a bagunça da casa, que antes era impecável!
Ouvi você comentar com ele, que estava sem arrumadeira.
Eu me senti mal com isso! Era como se todo o meu esforço fosse inútil!
Assim que o Dr. Bellows foi embora, eu saí do quarto, aborrecida com as reclamações dele.
“Se ele soubesse como é difícil limpar uma casa, não ficaria fazendo esses comentários!” Disse.
“Ele não falou por mal, Jeannie!” Você falou, me olhando com uma cara cansada e indo pra cozinha.
A partir daquele dia, você ficou mais frio comigo. Continuava a ser gentil, mas não era como antes!
Não entendia bem o que estava acontecendo, até escutar uma conversa sua com o Major Healey ao telefone.
Naquele dia, eu tinha acordado cedo e decidi que levaria o café da manhã pra você, na cama.
Talvez assim você ficasse contente comigo e voltasse a me tratar como antes.
Arrumei a bandeja e até coloquei uma flor. Dessa vez eu consegui não queimar nada e o café parecia bom!
Aproximei-me do quarto devagar e com cuidado para não derrubar a bandeja. Abri a porta lentamente, quando ouvi você falar:
“Não está dando certo Roger! O Dr. Bellows vai acabar descobrindo, não posso mais escondê-la como antes!” Você fez uma pausa, provavelmente ouvindo o Major Healey e depois disse: “Sim! Eu sei que ela tem se esforçado, mas ela não é uma mulher como as outras! E nunca será! Sempre teremos problemas!”
Eu não quis escutar mais! Voltei a encostar a porta e coloquei a bandeja com o café em cima da mesa.
As suas palavras ficaram em minha mente. “Ela nunca será uma mulher como as outras! Sempre teremos problemas!”.
Além de triste, me senti perdida! Será que não havia nada que eu pudesse fazer pra mudar essa situação?
***
Depois de tudo, resolvi ajeitar o café da manhã na mesa, mesmo!
Você apareceu depois, elogiando o meu desempenho na cozinha.
Eu agradeci levemente, com um aceno de cabeça. Não estava com disposição pra conversar.
“Jeannie, tudo bem com você?” Você perguntou olhando pra mim.
Dei um sorriso forçado e disse:
“Sim. Tudo bem. Por quê?”
“Você está tão séria!”
“É só impressão sua, amo! Bem, vou levar esses pratos pra lavar!” Disse, querendo sair o mais depressa possível dali, para que você não visse minhas lágrimas.
**************
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MensagemAssunto: Re: O dia que virei humana por você   O dia que virei humana por você EmptyQua Jul 09, 2014 10:27 am

V

No outro dia, o Major Healey apareceu cedo em casa e eu ouvi você escondida, comentando outra vez com ele, que estava preocupado com a minha situação.
Fiquei chateada e quando vocês saíram para trabalhar sentei-me na cadeira azul, pensativa.
As coisas não eram como eu imaginava! Pensei que ajudaria você, mas tudo o que consegui foi deixá-lo ainda mais incomodado!
Estava sendo ainda pior do que na época que eu o envolvia em confusões por causa dos meus poderes.
E eu não podia negar pra mim mesma, que sentia falta de ser um gênio! Sentia falta da minha garrafa, de ver minha família, de poder estar onde eu quisesse.
Sentia-me ainda mais sozinha agora e já estava perdendo as esperanças de me casar com você.
Tudo era tão difícil e complicado agora! Por mais que eu tentasse, não conseguia fazer as coisas direito.
Mas agora não tinha mais volta, tinha que me conformar e aprender a ser uma mulher comum.
Só tinha medo do que poderia acontecer dali pra frente!
***
À noite eu estava na cozinha, preparando o jantar, enquanto você estava lendo o seu jornal na sala.
A campanhia tocou e você gritou pra mim:
“Deve ser o Roger, eu atendo!”
Não era o Major Healey. Fiquei por um instante, paralisada, ao ouvir a voz da Sra. Bellows. Ela estava acompanhada do marido, pois também ouvi a voz dele.
Imaginei que você estivesse desesperado com a visita dos dois.
Eles não poderiam saber que eu estava ali!
“Nós estávamos passando por aqui e viemos fazer-lhe uma visita, Major!” Disse a Sra. Bellows.
“É sempre um prazer recebê-los!” Ouvi você dizer.
“Hum, aqui está mesmo parecendo uma casa típica de solteiro!” Falou a Sra. Bellows, com uma risadinha.
Da cozinha eu podia escutar tudo muito bem, enquanto terminava o jantar em silêncio.
Se eles resolvessem entrar na cozinha, eu tinha que dar um jeito de sair dali.
“Hehe, a casa está um pouco bagunçada, sinto muito!” Você disse, se desculpando com os Bellows.
“Ah, Major! Você precisa de uma esposa com urgência! Desculpe-me por dizer, mas olhe só essa casa! Dá pra se ver de longe que não mora nenhuma mulher por aqui!”
Aquilo me atingiu. Eu morava ali. O que eu era então?
Depois de tanto esforço, percebi que tudo sempre seria inútil.
Eu não podia mais me enganar: jamais eu seria uma mulher como as outras!
Você também nunca se casaria comigo e eu só estava sendo um grande problema na sua vida.
Eu continuei escutando a Sra. Bellows falando que arranjaria uma boa esposa, que cuidaria de você, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Por um momento, pensei que talvez fosse melhor mesmo, você merecia alguém muito melhor do que eu.
De repente, aquela cozinha começou a me deixar sufocada, eu não queria mais ficar ali!
Aproveitei um momento de distração seu e dos Bellows e saí pela porta do quintal.
Corri até a praia, caminhando a esmo pela areia.
As lágrimas teimosas continuavam a sair dos meus olhos, minha visão ficou turva e eu resolvi me sentar na areia, de frente para o mar.
Eu estava tão arrependida! Não queria mais ser uma simples humana!
Queria voltar a ser um gênio como antes!
Haji estava certo quando me disse que eu devia dar valor ao que eu era e o que tinha.
E agora eu nem sabia mais quem eu era!
Não era mais um gênio, nem mesmo uma mulher comum!
Se tivesse com os meus poderes, iria pra longe, onde eu não seria mais um problema para você!
Mas agora eu não tinha pra onde ir! E não podia voltar pra sua casa. Não para continuar sendo um estorvo pra você!
Não sabia o que fazer. Então eu abaixei minha cabeça, voltando a chorar. Chamava baixinho por Haji, esperando que ele pudesse me ouvir e reconsiderar, me fazendo voltar a ser gênio, mas não tive resposta.
Então percebi que alguns pingos d’água começavam a cair. Logo viria uma forte chuva, mas eu não me importava. Nada mais me importava!
***************
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MensagemAssunto: Re: O dia que virei humana por você   O dia que virei humana por você EmptyQua Jul 09, 2014 10:28 am

VI

A chuva agora caía forte. Eu já estava toda molhada, quando senti alguém próximo de mim.
Levantei minha cabeça e vi você vindo em minha direção, enquanto gritava meu nome. Você também já estava todo encharcado.
Quando já estava ao meu lado, você se abaixou e me abraçou. Eu arregalei os olhos, surpreendida.
“Jeannie! O que faz aqui, sozinha na chuva? Eu estava muito preocupado com você! Assim que os Bellows saíram, eu te procurei por toda a parte” Eu não disse nada e você prosseguiu, enquanto se erguia e me erguia também. “Venha! Vamos pra casa!”
“Eu não quero ir! Quero ficar sozinha aqui!” Disse chateada, me afastando de você.
“Jeannie o que há com você? Vamos logo! Não vou deixar você aqui na chuva. Vai acabar ficando doente!”
“Eu não me importo! Não se incomode comigo! Eu vou embora e o deixarei em paz. Nunca mais lhe trarei problemas!” Gritei em meio à chuva.
“De onde você tirou essas bobagens? Bem, depois a gente conversa sobre isso! Assim que você estiver seca e aquecida!”
Você segurou meu braço, tentando me fazer acompanhá-lo, mas eu me afastei de novo, dizendo;
“Eu não vou!”
“Já chega mocinha! Se você não quer me ouvir, vou ter que carregá-la à força!”
Você me agarrou, mesmo com os meus protestos, me colocou nos ombros e me levou pra casa.
Assim que entramos e você fechou a porta, me colocou no chão e falou:
“Vá agora mesmo tomar um banho e colocar roupas secas!”
Eu olhei com raiva. Odiava quando você me tratava como criança!
“E você? Também está molhado!” Disse nervosa.
“Não se preocupe comigo! Vou me secar e me agasalhar. Agora deixe de teimosia e vá tomar um banho quente! Depois conversaremos!”
Mesmo emburrada, resolvi obedecer e fui para o banheiro.
Depois do banho, o encontrei na sala, vestido com um roupão e com uma toalha ao redor do pescoço.
“Eu já tomei um banho!” Disse a você. “Você não vai fazer o mesmo?”
“Depois. Mas antes precisamos conversar. O que está acontecendo com você, Jeannie?”
“Nada!” Disse.
“Por que está brava comigo? Por que saiu sem me avisar e quer ir embora?” Eu abaixei a cabeça e você prosseguiu: “Você não é mais um gênio. Está sem os seus poderes e não sabe se cuidar sozinha. Não pode ficar andando por aí, sem ninguém. Pode acontecer algo ruim a você, se meter em problemas!”
“Isso não importa! Se eu ficar, você que terá ainda mais problemas! Não posso continuar aqui e ser um peso pra você!”
Você se aproximou de mim, com uma expressão surpresa no rosto:
“Quem disse que você é um peso pra mim, heim? Quem disse isso?”
“Ora, amo! Eu sei que você não suporta mais essa situação. Eu ouvi você dizendo isso ao Major Healey. Eu achei que se me esforçasse, conseguiria agradá-lo, mas não é assim! A Sra. Bellows disse que você precisa de uma esposa e ela tem razão. Eu nunca serei boa o bastante pra poder cuidar de você!”
Eu me virei, tentando esconder minhas lágrimas.
“Ah, Jeannie! Eu sinto muito!” Você me abraçou. “Eu nunca quis magoar você, me perdoe! Eu disse aquelas coisas num momento de raiva e preocupação, mas não falei realmente o que sinto!”
“Não?” Perguntei me afastando um pouco de você, para olhar em seus olhos.
“Claro que não! Eu estava mesmo preocupado com o que poderia acontecer, sim, mas você jamais será um peso pra mim, entendeu? E quanto a Sra. Bellows, não ligue pra ela, você sabe o quanto ela é intrometida!”
Você sorriu e me fez sorrir também, mas eu ainda estava triste.
“Eu sei que não posso mais ficar aqui, agora que não sou mais um gênio!”
“Você não só pode, como vai ficar! Esse é o seu lar!”
“Meu lar?”
“Sim. Gênio ou não, nunca vou deixá-la sozinha! Daremos um jeito, como sempre damos!”
“Você não precisa fazer isso por pena!”
“Ora, eu não estou com pena de você!” Você voltou a me abraçar, ainda mais forte e falou: “Eu... eu amo você, querida! Eu já te disse e volto a repetir: Tudo o que eu mais queria nessa vida era me casar com você, mas eu não posso, ninguém iria entender. Por favor, me compreenda, eu também não quero perder você!”
Eu fiquei calada, não sabia o que dizer. Estava triste. Porém, olhei pra você e também vi tristeza em seu olhar. Percebi o quanto era difícil pra você também.
Você também deveria estar cheio de dúvidas, conflitos e desespero em seu coração.
“Você realmente quer ficar comigo, mesmo eu não sendo mais um gênio?”
“Claro que sim! Eu não me importo se você é um gênio, ou não! Talvez tenhamos mesmo muito mais problemas, mas dará tudo certo! Eu preciso de você, assim como você precisa de mim!”
Eu olhei pra você sorrindo e voltando a abraça-lo. Você me apertou em seus braços!
Entendi que naquele momento, eu não precisava mais me casar, bastava-me estar sempre ao seu lado.
Você tinha mesmo razão. Com poderes ou não, ali era o meu lugar.
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MensagemAssunto: Re: O dia que virei humana por você   O dia que virei humana por você EmptyQua Jul 09, 2014 10:30 am

VII

Ficamos algum tempo abraçados, em silêncio, quando ouvimos um forte barulho e uma fumaça branca surgiu. Era Haji.
Eu me afastei de você e disse surpresa:
“Haji? O que faz aqui?”
“Vim aqui pra falar com você! Como está a sua nova vida como humana? Aposto que não foi como você imaginava, não é?”
Eu não respondi, apenas abaixei a cabeça.
“Acho que você já aprendeu a sua lição! Vou lhe devolver seus poderes!”
“Devolver meus poderes? Mas você disse que eu nunca mais voltaria a ser um gênio!”
“Eu menti! Queria que você percebesse, o quanto são preciosos os poderes que tem e aprendesse a dar mais valor a eles!” Haji olhou pra mim e perguntou: “Você quer os seus poderes de volta?”
Eu ergui a cabeça e disse, decidida:
“Sim! Eu quero os meus poderes de volta!” Eu não só os queria por sentir falta de ser um gênia, mas também porque sabia que era o melhor para você.
Haji ergueu as mãos sobre mim e devolveu meus poderes.
“Pronto! Você agora voltou a ser uma de nós!”
“Muito obrigada, Haji!” Disse contente.
“Agora tenha mais cuidado com as coisas que faz e que deseja!” Alertou-me ele. “Você não terá mais uma chance, da próxima vez! Entendeu?”
“Sim, Haji!”
Haji foi embora e nós voltamos a ficar sozinhos.
Voltei-me pra você, que ficara calado, desde o momento que Haji apareceu, e perguntei:
“Está satisfeito, amo? Agora sou um gênio de novo!”
Você sorriu e falou.
“Minha maior satisfação é tê-la comigo! Gênia, ou não!”
“Oh, amoo!” Eu sorri e o beijei. Você aprofundou o beijo.
Eu estava feliz! Tinha voltado a ser eu mesma e estava com você!
No fundo ainda tinha esperança de me casar com você um dia, mas agora isso não era mais tão importante.
O que importava era tê-lo sempre pra mim!

Fim
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