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 Somente por você

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MensagemAssunto: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:22 am

Título: Somente por você
Autor: bajumoon
Gênero: romance
Censura/Classificação: drama/romance
Capítulos: 9
Advertências: Partes impróprias para menores
Resumo ou uma promo: Um ex amor de Jeannie volta, em meio a uma crise no casamento da gênia com o Major Nelson.

I

“Já estou cansado disso!”
“Mas Anthony, minha mãe só queria me ver, para saber como eu estou!”
“Não! Ela veio para causar problemas! Sempre que um parente seu aparece, eu fico em apuros!”
O Major Nelson sentou no sofá, irritado. A mãe de Jeannie aparecera outra vez, de repente, enquanto ele recebia alguns colegas oficiais na sua casa.
Enquanto Tony se esforçava em explicar a aparição, para seus atônitos convidados, a mãe de Jeannie continuou fazendo seus truques, sem se importar com os protestos dele.
Felizmente, Jeannie a convenceu ir embora e o Major Nelson disse aos presentes que sua sogra conhecia muitos truques de mágica, que ela queria entreter os convidados do genro.
Todos admiraram e agradeceram a recepção. Mas, como sempre, o Dr. Bellows e sua esposa não acreditaram, ficando desconfiados.
Algum tempo depois, quando todos foram embora, Tony ainda se recuperava do pânico que sentiu e a mãe de Jeannie voltou, apenas para ofendê-lo. Disse a Tony que sentia muito pela filha não ter se casado com um gênio e sim com um humano imprestável.
Assim que ela se foi, o Major Nelson explodiu, tendo uma discussão com Jeannie.
“Amo, eu sinto muito!” A gênia sentou no colo dele. “Eu não queria que se chateasse!”
Jeannie deu-lhe um beijinho no pescoço, enquanto acariciava seu rosto com a mão.
Ela sabia que isso sempre funcionava, logo ele esqueceria tudo e os dois teriam uma ótima noite.
Mas, desta vez, Tony continuava sério. E não reagiu aos avanços dela.
“Jeannie estou exausto! Vou dormir agora. Se você me permite?!” Ele fez um gesto para que ela se levantasse.
Em choque, a gênia saiu do colo dele. E o Major Nelson, sem dizer mais palavra alguma, se dirigiu ao quarto.
A gênia observou seu marido se afastar, sem conseguir se mover.
Não era possível! As coisas entre eles estavam muito mais sérias do que ela previra.
***
O Major Nelson não conseguia dormir. As palavras da mãe de Jeannie não saiam de sua mente.
Ela já tinha dito outras vezes que preferia ver a filha casada com um gênio, mas, desta vez, aquilo o atingiu.
“Talvez tivesse sido melhor mesmo! E eu deveria ter me casado com uma humana!” Tony se assustou com o próprio pensamento. “Mas o que eu estou pensando? Eu amo Jeannie, como nunca amei outra mulher. Preciso tirar essas ideias da cabeça!”
Ele brigava com si próprio, mas a sensação de raiva não passava.
Mesmo sabendo que a esposa não tinha culpa, ele não conseguia esquecer.
Era sempre assim! Todos os dias ele tinha que lutar, para que seu segredo não fosse descoberto.
Todos os dias ele entrava em desespero, corria, inventava desculpas.
Ele já estava cansado. Sentia-se envelhecer antes do tempo, com tantas preocupações.
Quando casara com Jeannie, ele imaginou que ela ia aos poucos se adaptar e se envolver menos problemas.
Porém, mesmo que ela se esforçasse sempre se envolvia em confusão. E além de tudo os parentes dela pioravam as coisas.
Mais uma vez, um pensamento estranho lhe ocorreu. Ele se viu sonhando com uma vida normal, com uma esposa normal.
E pela primeira vez se perguntou se o seu casamento com Jeannie não foi um erro.
***
Jeannie anotava as ideias para o próximo baile beneficente, em mais uma reunião da Associação das Esposas dos Oficiais.
As mulheres discutiam os detalhes da festa, muito animadas, mas a gênia estava um pouco dispersa.
Desde o ocorrido com a sua mãe, Anthony não a tratava da mesma forma.
Se antes ele se mostrava carinhoso e apaixonado, agora estava quase sempre sério e distante.
Ele não discutiu mais com ela e nunca seria grosseiro, mas seu marido não lhe dava mais tanta atenção.
Jeannie tentou se aproximar, agradá-lo, porém sem sucesso.
Desde que se casara, era a primeira vez que ele agia assim. E isso a estava deixando com medo.
Não sabia o que iria fazer se o perdesse.
“Algum problema, Jeannie?” Perguntou Amanda Bellows, ao vê-la distraída.
“Não. Mas será que eu poderia ir embora agora? Tenho um compromisso importante.”
“Claro Jeannie. Pode ir!”
A gênia se despediu das senhoras e saiu da sala. Ela não suportava mais ficar ali. Precisava ficar um pouco sozinha, para pensar.
Pensou em ir ver seu marido antes de ir embora, mas descartou a ideia. Provavelmente ela era a última pessoa que ele queria ver, pensava com tristeza.
Ela andava pelos corredores da base distraída, quando esbarrou em um oficial.
“Oh, sinto muito!” Ela se apressou em desculpar-se.
“Tudo bem, não foi nada!”
Um homem sorridente e de olhar profundo a encarava.
Por um instante ela sentiu seu coração disparar. Havia algo nele que lhe era muito familiar.
Não. Ela devia estar imaginando coisas!
“Bem, com licença!” Disse ela ao desconhecido e foi embora.
O homem ficou algum tempo olhando-a ir. Estava emocionado.
“Finalmente eu a encontrei, Jeannie!”
***
“Major Nelson, Major Healey, eu quero apresentar-lhes o Tenente-Coronel Richard Morris.” Dizia o Dr. Bellows. “Ele acaba de ser transferido para nossa base.”
“Muito prazer, Senhor!” Falou Tony, estendendo-lhe sua mão.
“O prazer é meu Major!” Richard apertou a mão de Tony.
Nesse momento, o Major Nelson teve uma sensação ruim, algo como um pressentimento. Havia algo naquele homem que o desagradava, mas ele não sabia o quê.
O Major Healey também o cumprimentou e o Dr. Bellows disse:
“É uma surpresa para mim, receber alguém tão jovem! Quando me disseram que viria para base um Tenente-Coronel, imaginei que fosse alguém um pouco mais velho.” O psiquiatra sorriu. “Você deve ser um jovem brilhante!”
Morris riu e disse:
“Muito obrigado Senhor! Mas eu não sou tão jovem assim. E talvez tenha tido apenas sorte na carreira!”
“Não seja modesto, Tenente! Em primeiro lugar você não deve ter mais que trinta anos...”.
“Trinta e um!” Disse Richard, com um meio sorriso.
O Dr. Bellows abanou a mão, em um gesto de indiferença com o comentário dele e prosseguiu:
“Em segundo lugar, ninguém se promove apenas por sorte. Você deve ter feito um ótimo trabalho!”
“Muito obrigado, doutor!” Disse o Tenente-Coronel.
“Será um prazer trabalhar com o Senhor, Tenente!” Disse Roger a Richard.
“Igualmente Major!”
Tony e Roger se despediram e saíram da sala do Dr. Bellows.
Eles caminhavam pelos corredores, quando o Major Nelson disse ao amigo:
“Roge, o que acha desse tal de Morris?”
“Ele parece ser um ótimo cara! Acho que será bom trabalhar com ele!”
“Você acha isso mesmo?”
“Sim. Por que Tony? Algo errado?”
“Não sei Roge. Tem alguma coisa nesse homem que me incomoda!”
“Acho que você está imaginado coisas. Desde a sua última discussão com Jeannie, você anda estranho.”
“Eu não quero falar sobre isso, Roger! É melhor eu ir trabalhar!” O Major Nelson se adiantou e foi para a sua sala.
Roger ficou espantado. Desta vez, o problema com Jeannie foi muito sério.
O Major Healey foi para sua sala, desejando que a gênia e seu amigo se entendessem logo. Caso contrário, seria difícil aguentar o mau humor de Tony.
***
Jeannie se preparava para o baile daquela noite. Ela decidiu se arrumar no quarto de hóspedes, queria fazer uma surpresa para seu amo.
A gênia comprara o vestido mais lindo que encontrou. Ele era longo, de musseline azul, com forro de cetim. Suas alças eram finas e em sua parte de cima era todo bordado com cristais.
Jeannie terminava de arrumar seu longo cabelo, que caia em cachos pelas costas. Estava preso no alto da cabeça, em um penteado elegante.
Ela olhou-se no espelho, com uma expressão de satisfação. Seu marido iria gostar!
“Jeannie, vamos! Já estamos atrasados!” Disse Tony, lá de baixo.
“Já estou indo Anthony!” Ela pegou sua bolsa e desceu lentamente as escadas, queria ver bem a reação do seu marido ao vê-la.
“Você está muito bonita, Jeannie!” Disse ele, mas sem o menor entusiasmo.
Ele pegou na mão de sua esposa.
“Vamos, sim?” Ele ia em direção à porta, mas parou ao ver que ela não se movia.
“O que foi Jeannie? Temos que ir!”
Ela o olhou, chateada e disse:
“Você não gostou do meu vestido?”
“Claro que gostei! Já disse que você está bonita!” Falou ele, com impaciência. “Agora vamos certo?”
Ela se deixou levar por ele até o carro e entrou. A tristeza e frustração que sentia eram tão grandes, que ela tinha vontade de sumir.
***
O baile estava animado, mas Jeannie não se divertia. Ela observava Tony conversar com o general Schaeffer em canto próximo a mesa que ela estava.
O sentimento de culpa que ela sentia por seu marido nesses últimos dias, se transformava em raiva.
Ela tinha feito de tudo para agradá-lo, para se desculpar pelo comportamento de sua mãe, mas ele não lhe correspondia, parecia estar sempre desgostoso com ela. E a gênia começava a se cansar.
Jeannie amava Tony demais e faria qualquer coisa por ele. Mas será que ao invés de fazê-lo feliz, ela não estava acabando com a vida dele?”
No fundo, ela sabia que seu marido tinha dificuldades em aceitar que ela era um gênio, mesmo depois de todo esse tempo.
Ainda que ela estivesse disposta a fazer tudo por ele, ela não poderia deixar de ser quem era. Isso estava acima de sua capacidade.
“Se ele não puder me aceitar assim, como poderemos continuar juntos?” Pensava ela com amargura.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:24 am

II
Jeannie voltava do toalete e ia em direção à sua mesa.
Ela tentava passar por entre as pessoas, que estavam no salão, quando esbarrou em alguém.
“Desculpe-me!” Disse ela. Ela ouviu uma risada e levantou os olhos.
Era o mesmo homem com quem ela tinha se chocado há uns dias atrás, na base.
“Parece que estamos sempre nos esbarrando!” Disse ele, divertido.
A gênia sorriu e ele continuou; “Acho melhor me apresentar: Sou Richard Morris, a seu dispor senhora...?”
“Nelson. Jeannie Nelson.” 
“Muito prazer senhora Nelson! Por acaso é esposa do Major Nelson?”
“Sim, sou!”
“Estou encantado em conhecê-la! Sem dúvida o Major Nelson é um homem de muita sorte!”
“Obrigada! O senhor é muito gentil!”
“Imagina! Sou apenas sincero!”
“O senhor é novo por aqui, certo? Não me lembro de tê-lo visto antes daquele dia!” Disse a gênia, estranhamente interessada.
“Sim, cheguei há pouco tempo nessa base. Mas já encontrei pessoas bem interessantes... e bonitas!” Disse ele, flertando com ela.
Jeannie percebeu o olhar e a inflexão na voz e corou.
Havia algo especial naquele homem. Por que ele a fazia sentir-se nostálgica?
Nesse momento começou a tocar uma famosa música de jazz. Vários casais se reuniam no salão para dançar.
“Ah, essa música é ótima!” Falou Richard. “A senhora aceita dançar comigo?” Ele estendeu a mão para Jeannie.
Ela não conseguiu dizer não. Algo nele a atraía.
“Claro!” Falou ela segurando a mão dele e o acompanhando até o meio do salão.
***
O Major Nelson conversava sobre a nova missão com o general e alguns oficiais que estavam por ali, quando se deu conta que já tinha algum tempo que não via Jeannie.
Ela havia se levantado da mesa e ele não a vira mais.
“Com licença senhores, vou procurar a minha esposa!”
Tony a procurava entre convidados, quando a avistou dançando com Morris.
Eles estavam muito próximos um do outro e havia certo clima, uma energia entre eles, que o Major Nelson não pode deixar de notar.
Ele sentiu um ciúme tão intenso, que mal podia conter-se.
Precisava tirar sua esposa dos braços daquele homem!
***
Jeannie sentia-se muito bem dançando com Richard.
Por aqueles instantes, ela esqueceu-se completamente dos problemas que passava no seu casamento. Estava finalmente se divertindo, quando ouviu uma voz familiar:
“Jeannie, querida, estava te procurando.” Tony se voltou para Richard e disse: “Será que permite que eu dance com a minha esposa?”
O Tenente se afastou e disse seriamente:
“Claro Major. Com licença!” Lançando um último olhar pra Jeannie, Richard se retirou, deixando Tony e Jeannie dançando.
“O que ele queria com você?” Perguntou Tony, enciumado.
“Estávamos apenas dançando, não viu?” Respondeu a gênia, seca.
“Eu... não gosto desse sujeito!” Disse ele, irritado.
“Mas eu sim, ele é muito gentil!” Jeannie parou de dançar e falou: “Estou muito cansada. É melhor ir embora!” Ela saiu, sem esperar por seu marido. Ele a seguiu rapidamente.
O caminho de volta para casa foi silencioso. O Major Nelson tentou puxar conversa com Jeannie algumas vezes, mas ela o ignorava.
Ao entrarem em casa, Tony pôs as mãos nos braços de Jeannie e falou:
“Jeannie me desculpe. Eu... irritei-me um pouco ao vê-la dançando com aquele sujeito!”
“Eu não estou brava só por isso!” Ela suspirou, se afastou dele e sentou-se em uma das poltronas. “Você tem me tratado com muita indiferença. Eu sei que as coisas que minha mãe fez e disse o aborreceram. Mas eu sei também que não é só isso.”
O Major Nelson se aproximou, ficando em pé, de frente a esposa e ela prosseguiu:
“Eu sinto que no fundo, você nunca conseguiu aceitar que eu sou um gênio!” Os olhos dela ficaram marejados de lágrimas.
“Jeannie eu...” O Major Nelson começou a falar, mas ela o cortou:
“Não Anthony! Por favor, me deixe terminar!” Ele se calou. “Eu... eu o amo muito, muito mesmo! Desde a primeira vez que o vi já sabia o que eu sentia e como era profundo.” Ela ergueu a cabeça e olhou fundo nos olhos dele. “Eu... eu só quero que seja feliz. Quero que viva em paz!”
“Jeannie querida!” Ele se abaixou, colocando suas mãos no colo dela. A gênia segurou as mãos dele e completou:
“Se estar casado comigo o faz infeliz, diga-me de uma vez e eu o deixarei. Eu não posso deixar de ser um gênio, então isso é tudo que eu posso fazer por você!”
Antes que ele pudesse responder, ela afastou suas mãos das dele e se levantou, indo para o quarto.
O Major Nelson a viu entrar na suíte e fechar a porta, enquanto ele continuava ali, imóvel, no chão.
Lágrimas escorriam dos seus olhos.

Continua...
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MensagemAssunto: Re: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:26 am

III
Já era madrugada quando o Major Nelson entrou em seu quarto.
Ele acendeu o abajur, que ficava do seu lado da cama.
Tony tirava seu smoking, enquanto observava sua esposa dormir.
Ela era tão linda! Tão única!
Durante o tempo que ficou na sala, ele se lembrou de alguns momentos que eles viveram juntos, principalmente do dia que a conhecera.
Ele a libertou e ela fez com ele fosse encontrado.
A vida dele nunca mais foi a mesma. Ela o seguiu e criou muitas confusões, mas o que dizer de todo o amor que ele havia ganhado? Ela sempre cuidou dele, se preocupou e até o mimou.
O que mais um homem poderia querer?
Era tão bom voltar pra casa e saber que ela estaria lá, o esperando.
O Major Nelson sentiu raiva de si mesmo, por sido tão tolo. Deixou que uma bobagem quase destruísse o que ele tinha de mais precioso na vida.
Naquela mesma noite, sentiu duas vezes a dor de poder perder sua esposa.
Primeiro quando a viu dançando com Morris. Como ele pôde se esquecer de que sua esposa era uma mulher desejável e, qualquer homem poderia tirá-la dele, se ele não se cuidasse?
E por fim, Jeannie fez aquela proposta que quase o matara.
No momento em que ela disse aquilo, ele visualizou sua vida sem ela. Tudo o que ele pôde enxergar era dor, vazio, solidão.
Jamais poderia amar outra mulher e acabaria morrendo aos poucos.
Que importava se ela era um gênio? Ela o fazia feliz e ele a amava! Como ele pôde se deixar levar por esses pensamentos, que o afastavam dela?
O Major Nelson vestiu seu pijama e deitou-se ao lado de Jeannie. Ele deu-lhe um beijo no rosto e sussurrou:
“Eu amo você! Nunca a deixarei partir. E jamais permitirei que algo ou alguém nos separe, minha vida! Eu prometo!”
***
Jeannie corria assustada. Ela tentava fugir dele, mas sabia que era só uma questão de tempo até que fosse alcançada.
Ela tinha perdido tudo, sua alegria, seus sonhos, seu noivo.
Blue Djinn acertara Osman, deixando-o caído.
Jeannie viu seu noivo estendido no chão e gritou, horrorizada.
Ela correu na direção dele, mas o gênio mal se aproximava dela.
Seu pânico cresceu e ela ouviu Osman dizer lentamente:
“Fuja, fuja depressa!” Ela não pensou mais e fugiu.
As lágrimas a cegavam, mas ela corria o máximo que podia.
Mesmo assim ele a alcançou.
“Essa é a sua última chance: Case-se comigo ou pagará as consequências!”
Ela olhou com raiva e cheia de coragem, disse:
“Nunca!”
O gênio azul ficou furioso e a prendeu na garrafa.
“Você ficará aí, experimentando séculos e séculos de solidão. Esse é o seu castigo por não querer casar comigo!”
Blue Djinn pegou a garrafa e a jogou no mar.
E ela ficou sozinha, completamente sozinha...
***
Jeannie acordou de repente. Estava toda suada e percebeu que chorava.
Olhando ao seu redor, notou que estava em seu quarto. Seu marido dormia pacificamente ao seu lado.
Ela respirou fundo, aliviada e levantou-se. Ficou algum tempo perambulando pela sala, até que decidiu entrar em sua garrafa.
Procurando entre seus pertences, ela encontrou um véu finíssimo, branco, bordado com fios de ouro.
Ele tinha sido um presente de Osman e a única coisa que restara dele.
O véu estava guardado ali, mas há muito tempo ela tinha se esquecido. Foi o sonho que a fez lembrar.
Assim como ela lembrara também do seu noivo, da sua dor.
“Por que será que eu tive esse sonho? Há centenas de anos, eu jamais voltei a sonhar.” Ela alisava o véu. “Será que é porque estou prestes a perder Anthony?”
Ela fechou os olhos e pôs a mão no peito, como se isso ajudasse a diminuir a dor que sentia.
“Eu não sei se posso suportar perder Anthony!” Jeannie pensava, triste.
***
O Major Nelson acordou pela manhã, cedo. Esperava ver Jeannie ao seu lado na cama, mas ela não estava ali.
Ele entrou em desespero. Teria ela ido embora para sempre?
Ele vestiu seu robe e saiu apressado do quarto, chamando pela gênia.
Ele a encontrou na cozinha, preparando o café. Ficou aliviado, mas logo sua expressão mudou ao ver Jeannie tão pálida e abatida. Provavelmente por sua culpa.
“Bom dia!” Disse ela, com a voz cansada.
“Bom dia, amor!” Ele deu-lhe um beijo no rosto. “Venha comigo até a sala, quero conversar com você!” Disse ele, colocando o braço em volta da cintura dela.
“Mas eu preciso terminar de fazer o café!”
“Isso pode esperar um pouco. Venha!”
Ele a conduziu até a sala e sentou-se em uma das poltronas, colocando sua esposa em seu colo.
“O que quer me dizer, Anthony? Você... você se decidiu?” Perguntou ela, triste e desanimada.
“Jeannie, querida, por favor, me perdoe por tudo! Eu sei que agi como um estúpido e magoei e você. Por nada nesse mundo eu quero perdê-la. Eu a amo mais que a minha própria vida! Eu te peço perdão. Mas, por favor, não me deixe!”
Ela o olhou e viu sinceridade naquele olhar. A gênia deslizou uma das mãos pelo rosto dele e o beijou com ternura.
“Vamos esquecer tudo isso, sim? Eu só quero poder estar sempre com você!”
“Ah, querida!” Ele a beijou apaixonadamente, aproveitando ao máximo, a sensação daqueles lábios voluptuosos nos seus.
Com uma necessidade subida, ele passou a beijar seu pescoço e deslizar suas mãos por todo aquele corpo maravilhoso, corpo que ele conhecia tão bem.
Jeannie sentiu toda a sua tristeza, angustia e mágoa, serem retiradas dela, pelas carícias do seu marido.
Como todo seu corpo sentia falta dele! Daquelas mãos ansiosas a explorando-a, sentindo-a, procurando-a. E aqueles beijos que a enlouqueciam.
O Major Nelson a beijou na boca mais uma vez, ainda mais intensamente, aproximando-a mais do seu corpo.
Céus com ele precisava dela! Como a queria!
A mão direita dele alisou a coxa da gênia, até chegar à barra do vestido.
Ele passou a acarinhar a parte interna da coxa, até subir e chegar ao centro íntimo dela. Ele fez um pouco mais de pressão com a mão e sorriu ao ver que ela gemia e se derretia nos seus braços.
“Ahh, Anthony!” Ela arfava.
Ele continuou fazendo isso por um tempo. Se excitando com os gemidos dela.
Tony já estava atiçado demais, precisava fazer amor com ela. Mas ali ele não iria poder amá-la com queria.
Ele então se levantou com ela ainda em seus braços, pegou-a no colo e a levou para o quarto, fechando a porta.
O Major Nelson a deitou na cama e rapidamente retirou seu robe a parte de cima de seu pijama. Tony subiu na cama e a beijou na boca.
Ele a ergueu um pouco e puxou o zíper do vestido dela, que ficava nas costas. Interrompendo os beijos, ele foi lentamente tirando o vestido da gênia, enquanto a contemplava apaixonado.
Percebendo que não aguentaria esperar mais, o Major Nelson retirou completamente a peça e agora apressado, não perdeu tempo, tirando com movimentos rápidos o sutiã e calcinha.
Ela não pode deixar de rir da pressa repentina dele. Resolveu ajudá-lo e puxou a calça do pijama dele e sua cueca.
Ao ver que ele estava mais do pronto pra ela, a gênia o puxou, fazendo com seu marido entrasse nela.
Tony gemia, sentindo um prazer que ia muito além do físico. Estar ali, completamente unido à mulher que ele tanto amava, fazia com ele se sentisse realizado.
Ele a ouviu gritar seu nome no auge de seu prazer e pensou que nada no mundo poderia ser maior que felicidade que sentia.
Tony também alcançou seu prazer máximo, desabando sobre ela.
Eles ficaram abraçados na cama, sem dizer uma só palavra.
Jeannie adormeceu e Tony ficou ali, observando-a.
***
Jeannie acordou de repente no seu quarto. Estava abraçada a Anthony que dormia profundamente.
Ela estivera outra vez no passado, sendo perseguida por Blue Djinn. Mais uma vez ela reviveu a angustia e a dor.
 “Outra vez esse sonho! O que está acontecendo comigo?” Pensava, preocupada.

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MensagemAssunto: Re: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:29 am

IV

Richard andava de um lado para o outro, em seu apartamento.
Estava sendo muito difícil controlar o seu ciúme.
Ele achou que tinha superado o fato de saber que Jeannie havia se casado, mas vê-la no baile, junto com aquele humano, foi muito doloroso.
Quando Richard dançou com Jeannie, sentiu-se flutuando, era como se o tempo tivesse parado. Mas Nelson apareceu, tirando-a dele.
Mas ele não desistiria tão fácil! Não lhe importava se ela tivesse cometido a besteira de ter se casado com seu amo. Ela pertencia a ele.
Jeannie estava em sua vida muito antes desse Major sequer pensar em nascer.
Além disso, ele era um humano, um simples humano!
Richard não esperaria mais, daria um jeito de se aproximar dela, até que chegasse a hora de lhe contar quem era.
Ele não culpava a gênia por não ter lhe reconhecido. Passaram centenas e centenas de anos, desde a última vez que se viram.
Além disso, ela devia pensar que ele estava morto, depois de ter sido atingido pelo Blue Djinn.
Se Richard fechasse os olhos, ele poderia facilmente se lembrar do tempo em que se todos o conheciam por Osman e que vira Jeannie pela primeira vez...
***
O palácio estava cheio de pessoas aquela noite. Osman pertencia a uma classe especial de gênios e era livre, não estava condenado a servir um amo. Ele vivia naquele grande lugar, sendo famoso por suas festas.
Osman vira falar de Jeannie. Soube que era uma das melhores das dançarinas que existiam e pediu para seus servos que a trouxessem.
Assim que a viu dançar ficou enfeitiçado, não conseguia tirar os olhos dela. Estava completamente seduzido pelos encantos da moça.
Não demorou muito para que eles se conhecessem melhor e se apaixonassem.
Osman falou com família de Jeannie e eles fizeram os ajustes para o casamento.
Faltava muito pouco tempo para o enlace, quando Blue Djin apareceu, tentando forçar Jeannie a casar-se com ele.
Osman tentou protegê-la mais foi inútil.  O gênio azul era o mais poderoso dos gênios, depois de Haji.
Mesmo ferido, Osman foi atrás de Blue Djinn, mas já era tarde demais.
Passaram muitos anos, quando finalmente Osman pôde se vingar e prender Blue Djinn em uma garrafa.
Depois disso, ele abandonou tudo e saiu por aí vagando, a procura de Jeannie, por vários séculos.
Ele chegou a pedir a ajuda de Haji, mas este se recusou, dizendo que a gênia tinha que cumprir seu destino.
Osman não desistiu, até saber que ela havia sido encontrada e liberta.
Ele se alegrou, mas logo teve o desgosto de saber que ela tinha se casado com seu amo.
Osman então passou a se chamar Richard, se passando por um típico americano. Resolveu se transformar em um militar, pois sabia que isso seria conveniente para seus planos.
***
Richard sentou-se no sofá, pensativo. Ele faria tudo para recuperar sua noiva.
***
O Major Nelson passou o domingo todo curtindo sua esposa. Era tão bom estar com ela, amá-la!
O medo que sentia em perdê-la, se intensificou depois de tudo o que houve.
Tony percebeu que mesmo tendo sido perdoado por Jeannie, ela estava diferente, com um olhar melancólico, triste.
Ele perguntou se ela estava bem, se havia algo que poderia fazer por ela. Mas a gênia disse que estava bem, que nada tinha.
Tony não insistiu, para não aborrecê-la, mesmo sabendo que havia algo estranho.
Por isso, ele faria o que estivesse ao seu alcance para fazê-la feliz.
“Com o tempo, tudo voltará ao normal entre nós!” Pensava confiante.
Já estavam no fim da tarde, assistindo a um filme das Mil e uma noites. Honestamente, o Major Nelson não gostava muito desse tipo de filme, mas queria agradar Jeannie.
Ele ficou algum tempo olhando para TV, quando por um momento desviou seu olhar para a gênia.
Ela não estava prestando atenção no filme.
“Jeannie?” Ela não respondeu. “Jeannie!” Chamou Tony de novo.
“Hã? Sim, Anthony?” Finalmente ela saiu do seu transe.
“Você não está gostando do filme?”
“Sim, ele é muito bom.” Falou a gênia, mas sem muito entusiasmo.
“Se você preferir, podemos ver outro filme. Ou fazer outra coisa diferente!”
“Não. O filme está bom!” Disse ela, ainda perdida em seus pensamentos.
O Major Nelson deu um alto suspiro e se conformou em assistir o filme.
***
Já era madrugada e Jeannie ainda não tinha conseguido dormir. Aqueles sonhos constantes a estavam incomodando muito.
Ela passou todo o domingo pensando neles e nem pôde dar a atenção que seu marido merecia.
A gênia percebeu que ele estava desconfiado e preocupado com a distração dela, mas ela não podia fazer nada para mudar isso.
Ela até pensou em falar pra ele sobre os sonhos, mas isso significava desenterrar um passado, que ela pensou estar esquecido.
Teria que falar sobre Osman, sobre tudo o que aconteceu entre eles e ela tinha medo da reação de Anthony.
Será que ficaria bravo, com ciúmes, mesmo tendo passado tanto tempo? Jeannie não tinha certeza, então era preferível não dizer a ele.
O melhor que ela podia fazer era esquecer de uma vez tudo isso. Assim, logo os sonhos deixariam de acontecer e tudo seria como antes.
Foi com esse pensamento que ela finalmente adormeceu.
***
“Mas senhor, o Major Healey pode ir em meu lugar, sem problemas.”
“Já disse que não, Major Nelson. Você é o mais adequado para essa missão.”
“Mas...”
“Qual é o problema Major Nelson? Isso faz parte do seu trabalho, não? Por que se recusa a fazer?” Perguntou o Tenente-Coronel.
Tony não sabia o que dizer. Como poderia explicar que não queria ir para a missão, porque não queria deixar a esposa sozinha agora?
Ele até pediu para que Roger o ajudasse, indo no lugar dele. O Major Healey prontamente concordou, mas Morris não aceitava a substituição. O Major Nelson desconfiava que ele tivesse outra intenção por trás de tudo. E isso o afligia.
“Não senhor. Nem um motivo em especial, mas acho que estaria melhor trabalhando em terra, nesse projeto.” Disse Tony.
“Eu não acho.” Falou Morris. “E se você não tem um motivo justo, não há mais o que discutir.” Disse Richard e saiu da sala do Major Nelson.
Tony sentou-se, irritado. Um mês era muito tempo, nas atuais condições. Ele sentia que as coisas entre Jeannie e ele ainda não estavam bem, mas o que ele poderia fazer?
Nesse momento, Roger Healey entrou na sala do amigo:
“E aí, Tony? Conseguiu resolver tudo?”
“Não Roge. Ele não aceitou a troca!” Disse Tony.
“Mas por quê? Nós dois treinamos para essa missão, não faria diferença ir eu ou você!”
“Eu sei. Mas por alguma razão, ele insiste que eu vá. Você não acha isso um pouco estranho?”
“Bem, talvez um pouco. Pode ser que seja apenas um capricho, orgulho, ou algo assim!”
“Não acho que seja isso. Eu sinto que há algo mais.”
“Algo mais?”
“Sim.” Tony inclinou-se em sua cadeira e respirando fundo, prosseguiu: “Naquela noite do baile, eu o vi dançando com Jeannie. Eu não gostei nem um pouco do modo como ele olhava pra ela. Parecia desejá-la, cobiça-la.” Disse o Major Nelson, visivelmente incomodado.
“Você acha que ele quer se livrar de você para se aproximar de Jeannie?”
“Não acha isso muito provável?” Disse Tony, devolvendo a pergunta.
O Major Healey deu uma risadinha e respondeu:
“O mais provável aqui é o seu ciúmes!” Tony fechou a cara e Roger prosseguiu: “Mas se não quer mesmo ir nessa missão, por que você não fala com o Dr. Bellows? Invente alguma desculpa doida pra ele e o convença que você não pode ir. O Dr. Bellows é o superior imediato de Morris. Ele terá que acatar as ordens do Bellows.”
“Que ótima ideia, Roger!” Exclamou Tony, contente. “Vou agora mesmo falar com ele!”
O Major Nelson foi até a sala do Dr. Bellows, pediu que ele o ajudasse a fazer a substituição.
O psiquiatra concordou, tendo em vista que precisava ter o Major Nelson por perto, para analisá-lo. Ele ainda não tinha se esquecido do último incidente que ocorreu na casa do Major, envolvendo a sogra dele.
O Dr. Bellows prometeu falar com o Tenente-Coronel e avisá-lo que seria o Major Healey, que iria para essa missão.
Tony ficou muito satisfeito.
“Só gostaria de ver a cara do Morris, quando o Dr. Bellows dar a ordem.” Pensou Tony, sorrindo.

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MensagemAssunto: Re: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:31 am

V
Richard estava pensativo. O Dr. Bellows tinha acabado de sair da sua sala, ordenando que o Major Healey fosse lugar de Tony.
Ele tentou argumentar, dizendo que o Major Nelson era a melhor opção, mas não o convenceu. Como o psiquiatra era seu superior, teve que obedecer.
No principio, Richard se irritou pensando em usar seus poderes para persuadir o Dr. Bellows, mas mudou de ideia.
Desde que resolvera se passar por um simples humano, decidiu que não usaria seus poderes, para não levantar suspeitas, até que conseguisse se aproximar de Jeannie. Mas agora, ele tinha outra razão em especial: orgulho. Reconquistaria sua noiva do mesmo modo que aquele humano a tirou dele. De forma comum.
“Ah, Major Nelson! Se você pensa que me venceu está muito enganado. Tudo só está começando! Eu não me importo quanto tempo demore, vou recuperá-la!”
***
Já se aproximava das onze horas da manhã, quando Richard estacionou seu carro em frente à casa dos Nelsons.
Provavelmente Jeannie estaria em casa, àquela hora.
Ele tocou a companhia e Jeannie abriu a porta, surpresa com a presença dele.
“Bom dia!” Disse ele, sorrindo.
“Bom dia, Tenente Morris! Veio à procura de Anthony? Ele está lá, na base!”
“Sim, eu sei que ele está lá! Eu vim apenas para pegar uns relatórios que ele esqueceu-se de me entregar.”
”Relatórios? Não me lembro de ter visto nenhum deles por aqui. Bom, talvez estejam no quarto. Vou olhar!” Ela ia indo em direção ao quarto, quando Morris a chamou:
“Senhora Nelson?”
“Sim?” Ela se voltou para ele.
“Será que eu posso entrar?”
“Oh, que distração a minha! Claro que sim! Entre e fique a vontade!” Jeannie fez um gesto para que ele entrasse.
“Obrigado!” Richard entrou, fechou a porta e a gênia foi procurar os papéis.
Enquanto Jeannie estava lá dentro, Richard observava o lugar.
Era uma casa até aconchegante, mas pequena. Ele se perguntava se Jeannie era feliz, vivendo aquela vida modesta, sendo que ela poderia ter tudo o que quisesse.
Seu olhar voltou-se par a lareira, principalmente para o objeto que acabara de encontrar: Era a garrafa de Jeannie.
Ele se aproximou e ficou observando o artefato. Seus pensamentos estavam distantes, quando ouviu a voz de Jeannie.
“Sinto muito, Senhor. Não encontrei os papéis. Anthony lhe disse onde estariam?”
“Bem, na verdade eu nem cheguei a falar com ele. O Major Nelson estava fazendo alguns testes. Então julguei que ele tivesse deixado os relatórios em sua casa e resolvi vir buscar.”
Jeannie achou a explicação dele muito esquisita, mas preferiu não comentar.
“Eu sinto muito, mas eles não estão aqui. Talvez ele tenha deixado na sala dele, Tenente.”
“Está bem. Não se preocupe. Mas já que eu estou aqui, a senhora poderia me oferecer um café?”
“Claro, só um instante, por favor!” A gênia foi para a cozinha e Richard sentou-se no sofá.
Pouco tempo depois, Jeannie apareceu com uma bandeja e duas xícaras.
“Pronto! Aqui está! Quantas colheres de açúcar prefere?”
“Pode ser amargo mesmo!” Disse ele.
Ela então ofereceu a ele uma xícara.
“Muito obrigado. A senhora é muito amável!”
Ela apenas sorriu e pegou também uma xícara com café.
Morris não tirava os olhos dela e Jeannie começava a ficar envergonhada.
“Sua casa é muito bonita, senhora Nelson!” Ele comentou.
“Obrigada! Eu gosto muito daqui!”
“É mesmo?”
“Sim. Sou muito feliz, vivendo aqui com meu marido!”
“E não sente falta de nada?”
“Não. Do que eu deveria sentir?”
“Não sei, geralmente as mulheres querem sempre mais, uma casa maior, mais conforto, por exemplo.”
“Não eu! Tudo o que tenho é mais do que suficiente!”
“A senhora é mesmo uma mulher admirável!” Ele a olhou profundamente e sorriu.
Algo mexeu no fundo dos sentimentos de Jeannie. Aquele sorriso, aquele olhar, ela conhecia há muito tempo, mas de onde?
Totalmente distraída, Jeannie derrubou sua xícara, molhando as mãos e respingando café no vestido.
Richard rapidamente pegou o guardanapo, que estava na bandeja e passou a enxugar as mãos da gênia.
Eles ficaram se olhando, como se estivessem presos por um encantamento, quando a porta da frente se abriu.
“Jeannie?” Era o Major Nelson.
Tony não podia acreditar! Jeannie e Morris estavam sozinhos em sua casa, de mãos dadas!
Ao ver o marido, Jeannie rapidamente afastou suas mãos das de Richard.
“Obrigada, Tenente Morris, mas pode deixar que eu mesma limparei a sujeira.” Ela recolheu sua xícara do chão, colocando-a na badeja e foi ao encontro do seu marido, que estava imóvel.
“Anthony, que surpresa! Você veio almoçar em casa hoje?” Disse ela, dando-lhe um beijinho.
O Major Nelson ficou calado por uns instantes, até que respondeu:
“Sim, decidi vir almoçar em casa hoje. Mas não esperava encontrá-lo por aqui, senhor.” Disse Tony, se aproximando de Morris, com a expressão fechada.
“Eu vim aqui para buscar uns relatórios que você se esqueceu de me entregar, Major!”
“Mas eu entreguei todos. Deve haver algo errado!”
“Estão faltando alguns lá. E eu precisava deles com urgência. Mas como você estava ocupado, fazendo testes, resolvi vir buscá-los na sua casa.”
O Major Nelson teve que fazer um esforço sobre humano para manter-se calmo.
“Não há nada aqui para o senhor!” Disse ele, se referindo aos relatórios e sua esposa.
“Nesse caso, quero que procure em seu escritório e depois os traga pra mim, imediatamente!” Disse o Tenente, preparando para ir. Ele olhou para Jeannie e falou, com a voz mais suave:
“Obrigado pelo café, senhora Nelson!” Jeannie apenas balançou a cabeça e ele foi embora.
Assim que a porta se fechou, Tony explodiu:
“Qual é a desse sujeito? E por que vocês estavam de mãos dadas?”
“Não foi nada, Anthony! Eu juro! Eu derrubei minha xícara de café e ele, um reflexo, ajudou-me a limpar minhas mãos.”
“Ele não veio aqui atrás dos relatórios. Ele queria ver você!” Falou Tony, visivelmente irritado.
Ele sentou-se no sofá e a gênia se aproximou dele, dizendo:
“Acho que ele só estava com pressa em ter os relatórios, querido, por isso veio aqui!” Falou ela, para acalmar o marido, mas no fundo achava que ele tinha razão.
“Não Jeannie! Eu tenho certeza que entreguei tudo pra ele! Isso foi uma desculpa que ele arrumou para se aproximar de você!”
A gênia não sabia o que dizer. Não entendia o interesse desse homem nela. Mas sentia que havia algo sério por trás de tudo isso. Ela não conseguia superar a sensação de já conhecia há muito tempo.
Jeannie e Tony ficaram alguns instantes calados, quando o Major Nelson disse, com a voz muito baixa:
“Eu não sei o que posso fazer, se ele estiver mesmo interessado em você. Morris pode ser meu superior, mas eu não vou permitir isso!”
Jeannie olhou para o marido e se surpreendeu com o olhar e a expressão no seu rosto.
Seu amo estava diferente. Ela nunca o tinha visto assim. Anthony sempre foi um homem muito controlado, mas agora parecia que faltava muito pouco para que ele perdesse o controle. Estaria com tanto ciúme assim?
“Esqueça isso, amo!” Falou Jeannie, sentando-se no colo dele e dando-lhe um beijo. “Ele não está interessado em mim, acredite! Em todo caso, vou me manter mais afastada possível dele, certo?”
Ela o beijou profundamente e ele retribuiu, esquecendo temporariamente sua raiva e preocupação.

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MensagemAssunto: Re: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:33 am

VI

Passaram-se alguns dias e o Major Nelson não comentava mais com Jeannie sobre Richard Morris.
Mesmo assim, ela sabia que eles não se davam bem no trabalho e Anthony constantemente estava tenso.
O casamento dos dois ia bem, seu amo voltara a ser carinhoso como antes, às vezes até exagerava um pouco.
Jeannie acreditava que isso se devia ao ciúme que ele estava sentindo, mais o medo que seu marido tinha de perdê-la.
Para cumprir sua promessa e agradar Tony, a gênia se manteve afastada da base, para não correr o risco de encontrar-se com Richard.
Mesmo assim, por alguma razão desconhecida pra ela, Jeannie queria vê-lo, precisava falar com ele. Mas, por seu amo, decidiu ficar longe.
Porém, naquele dia, a senhora Bellows ligou, avisando que haveria uma reunião da Associação das Esposas dos Oficiais e Jeannie teria que comparecer. A gênia relutou, mas teve que concordar.
“Tomara que eu não encontre o Tenente por á!” Pensava Jeannie.
***
Depois da reunião, Jeannie lembrou-se que precisava falar com Anthony, porque ela se comprometeu em oferecer um jantar para as mulheres da Associação e seus maridos.
Ela foi até a sala dele, mas não o encontrou. Ela pensou por um instante e resolveu sentar para esperá-lo.
Logo depois a porta se abriu e Richard entrou na sala, olhando para os papéis que estavam em sua mão:
“Major Nelson, eu quero que você...” Ele parou de falar ao perceber quem estava ali. “Jeannie! Que prazer revê-la! Há vários dias queria falar com você!”
A gênia se assustou ao vê-lo e ao ouvi-lo a tratar pelo seu primeiro nome, falando com muita intimidade.
“Prazer em revê-lo, senhor!” Disse ela muito séria e se levantando: “Meu marido não está aqui, então o encontrarei em casa! Até logo!”
Ela ia indo embora, quando Richard segurou seu braço:
“Espere!”
“Por favor, eu tenho que ir embora!” Disse ela, sentindo uma grande vontade de piscar e sair daquela situação. O que aconteceria se Anthony aparecesse?
“Já chega! Eu me cansei dessa brincadeira! Precisamos conversar de uma vez!”
“Do que está falando? Que brincadeira? Não temos o que falar!”
“Temos sim!” Disse ele, olhando fixamente pra ela. “Será que não me reconheceu ainda?”
“Por favor, deixe-me ir! Não faço ideia do que você está dizendo!” Implorava ela, tentando se desvencilhar dele.
“Eu sou Osman, seu noivo. Não se lembra mais de mim e do que aconteceu entre nós?”
Ela arregalou os olhos e voltou seu rosto pra ele, finalmente o reconhecendo. As lembranças borbulhavam em sua mente e ela ficou paralisada.
“Osman? Não, não pode ser!” Então era por isso que ela estava tendo aqueles pesadelos? Por isso, ela sentia que o conhecia e que havia algo diferente nele? Então ele estava vivo!
“Eu procurei você por todos esses anos, até finalmente encontrá-la, querida!”
A gênia continuava imóvel tentando processar tudo aquilo.
Osman ainda segurava o braço dela, quando o Major Nelson apareceu.
“O que está acontecendo aqui?”
Nesse momento, Jeannie saiu do seu estado de torpor e balançando a cabeça, soltou seu braço da mão de Osman.
“Eu... eu preciso sair daqui!” Ela cruzou os braços e piscou desaparecendo, deixando Tony e Osman sozinhos.
O Major Nelson não podia acreditar que Jeannie havia piscado na frente Morris. E por que ela estava daquele jeito?
Ao invés de tentar procurar uma desculpa para desaparecimento repentino de sua esposa, na frente se seu superior, Tony perguntou a ele:
“O que houve aqui?”
Osman, que se irritou por o Major Nelson ter aparecido, falou:
“Já chega com essa farsa! É bom que você saiba de uma vez: Eu sou um gênio!"
“O quê?!” Tony ficou estupefato.
“Isso mesmo. Assim como Jeannie, eu sou um gênio. Disfarcei-me de americano para me aproximar dela. Ela era minha noiva e vou recuperá-la!”
“Como assim sua noiva? Que espécie de jogo está fazendo?” Disse o Major Nelson, já muito bravo.
“Já disse o que eu precisava. Não me interessa mais falar com você!” Osman piscou, sumindo da sala e deixando o Major Nelson revoltado.
Tony pegou seu quepe e foi direto pra casa.
***
“Jeannie! Jeannie!” Gritava Tony pela gênia, mas aparentemente ela não estava em casa.
“Será que ela foi se encontrar com ele?” Pensava o Major Nelson, totalmente tomado pelo ciúme.
Mas Jeannie apareceu logo após, na sala.
“Amo...”
“Onde esteve, Jeannie?”
“Eu precisava dar uma volta, pra pensar!”
“Será que você pode me dizer de uma vez o que significa tudo isso?” Disse Tony, sentando-se no sofá e tentando manter o controle.
Ela sentou-se ao lado dele e falou:
“Isso foi algo que aconteceu há muito tempo! Antes do Blue Djjin me prender na garrafa.”
“Morris, ou seja lá como ele se chama, me disse que ele era seu noivo.”
“O nome dele é Osman. E sim, ele foi meu noivo.”
“Você sabia o tempo todo quem ele era?”
“Não! De verdade! Eu não o reconheci. Foi só hoje que ele me revelou quem era.” Tony ficou calado e ela continuou: “Nós éramos noivos e íamos nos casar, mas Blue Djinn apareceu, o feriu e me prendeu na garrafa. Eu achava que Osman estava morto!”
“Então ele era mesmo seu noivo?!”
“Sim.”
O Major Nelson se levantou e passou a caminhar pela sala.
Tudo fazia sentido agora. A maneira como ele olhava pra ela, o clima estranho que existia entre os dois.
Eles tiveram um romance. Algo sério, a ponto de estarem noivos. Provavelmente estavam apaixonados.
Pensar que sua mulher já tivera um relacionamento assim, no passado o incomodava muito. Mas do que isso. O deixava louco de ciúmes. Principalmente porque esse passado estava de volta, para tentar tirá-la dele.
De repente um pensamento surgiu na mente de Tony. Será que os dois já tiveram... Não! Ele não queria nem pensar nisso!
Jeannie se levantou e se aproximou do seu marido.
“Amo, isso foi há muito tempo. Tudo ficou no passado!”
“Não Jeannie! Não é passado. Ele quer recuperá-la!”
“Mesmo que seja assim, eu não quero, acredite! Amo você!” Ela o beijou.
Depois que se afastaram o Major Nelson não aguentou e fez a pergunta que martelava em sua mente:
“Jeannie... vocês dois... vocês dois tiveram um relacionamento mais... hum, mais intimo?”

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MensagemAssunto: Re: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:39 am

VII
Jeannie não esperava por uma pergunta dessas. Ela corou, mas resolveu responder:
“Bem... nós dois...” Começou a dizer a gênia, hesitante.
“Não!” Disse ele.
“Como?”
“Eu não quero saber!”
Jeannie o olhou, confusa e ele a puxou para si e a beijou.
Ele não queria saber, não iria conseguir ouvi-la dizer isso!
Um sentimento primitivo começou a se apossar do Major Nelson. Talvez ocasionado pelo forte ciúme e pelo medo que tinha de perdê-la. Jeannie era sua esposa, ninguém a tiraria dele, ela era sua!
O ato inesperado pegou a gênia totalmente de surpresa e ela ficou estática, deixando ser beijada por ele.
O beijo era totalmente diferente dos que ele já lhe dera. Era muito mais que apaixonado, era selvagem, possessivo.
Havia algo na atitude de seu marido, que a deixou confusa.
“Pare Anthony!” Disse ela, interrompendo o beijo.
Ela se afastou dele, ficando de costas, precisava de momento para pensar sobre o que estava acontecendo.
Mas Tony se aproximou dela, abraçando-a fortemente por trás.
Ele afastou os cabelos dela e começou a beijar e lamber o pescoço da gênia.
O cheiro dela adentrava nas narinas de Tony e era inebriante, enlouquecedor. Ele precisava senti-lo mais e mais.
“Anthony, o que há com você?” Perguntou Jeannie, com a voz tremula.
O Major Nelson não respondeu. Seus pensamentos só se voltavam para a vontade de senti-la, de tê-la.
Ele puxou o zíper do vestido dela, fazendo com que ele caísse no chão.
As mãos dele passaram a segurar os seios dela, por cima do sutiã, enquanto sua boca voltava faminta, para o pescoço de sua esposa.
“Ohh, Anthony...” Ela começou a gemer seu nome.
Tony a virou de frente pra ele e tomou sua boca, num beijo voraz.
Jeannie já não se importava com o que estava acontecendo com seu marido.
Estava ardendo de desejo por ele.
As mãos dele deslizaram pelas costas dela, achando fecho do sutiã. Ele o abriu.
Se afastando um pouco dela, ele retirou a peça e passou a tocar e mordiscar os seios de Jeannie.
A gênia agora gemia alto. Estava praticamente nua, no meio da sala, sendo tocada pelo seu marido.
Mais uma vez, ele se voltou para a boca dela, agora mordendo seu lábio inferior.
Ele a pressionava cada vez mais contra seu corpo, amando a sensação de senti-la tão próxima dele.
Completamente tonta pelo desejo, ela já não queria esperar e foi direto para o cinto dele, para tirar-lhe as calças. Mas ele a impediu, segurando suas mãos.
“Não, ainda não!” Disse Tony com voz de comando.
“Mas Anthony, eu não posso aguentar mais. Eu preciso...” Ela já tinha dificuldades pra falar.
O Major Nelson apenas deu um sorriso zombeteiro e passou a mordicar-lhe a orelha.
Saber o quanto ela o queria, o agradava muito!
Ele ignorava os protestos dela e continuava a acariciar-lhe.
Jeannie sabia que ele estava no controle e nada poderia fazer, além de deixar que ele a guiasse.
Tony a conduziu até o sofá e fez com ela se deitasse.
Ele se abaixou ao lado dela e foi beijando seu pescoço, descendo pelos seios dela, barriga, umbigo. Quando chegou a sua calcinha ele retirou a peça e passou a tocá-la intimamente.
Ela inclinou a cabeça pra trás, arfando. Obervando as reações dela, ele levou sua boca até onde suas mãos estavam.
“Ahh, Anthony!!!” Ela passava a gritar, sentindo um prazer sem igual. Ele continuou ali, saboreando-a, até que ela alcançou o máximo do deleite, sentindo seu corpo amolecer no sofá.
Enquanto ela se recuperava, o Major Nelson tirou suas roupas e deitou-se em cima dela.
Com um único movimento, ele se alojou fundo dentro dela, fazendo ambos gemerem alto.
Os movimentos dele eram fortes e rápidos e Jeannie chegou mais uma vez ao orgasmo.
Ele a beijou, alcançando seu prazer também.
Tony ficou algum tempo imóvel recurando o fôlego e saiu de cima dela. Ele se ajeitou com ela no sofá, a abraçando.
“Amo?”
“Sim?”
“O que aconteceu com você? Você não costuma a agir assim!”
“Eu não sei, Jeannie!” Disse ele, pensativo. “Você não gostou?”
Ela sorriu e virou se um pouco, para dar-lhe um beijo.
“Claro que gostei! Eu amo sempre estar com você, você é fantástico!”
Eles se beijaram mais uma vez e ela continuou:
“Foi maravilhoso, mas eu sei que há algo errado e tem a ver com Osman. Você se incomodou muito com essa história, não foi?”
Ele não respondeu. Ficou algum tempo alisando os cabelos dela, quando disse:
“Jeannie?”
“Sim, amo?”
“Você... você ainda gosta dele?”
“Ah, amo! Eu já disse que isso é coisa do passado, eu amo somente você!”
“Mas vocês eram noivos e não terminaram, foi Blue Djinn que os separou.”
“Sim. Mas passaram-se muitos anos e você me encontrou. Jamais pensei que pudesse amar tanto alguém, até conhecer você. Acredite em mim!”
“Ah, querida!” Ele a beijou com ternura.
“Não se preocupe mais com Osman. Logo ele entenderá isso e irá embora.”
Disse a gênia.
O Major Nelson, ainda estava preocupado. Osman continuaria se passando por um oficial e atormentando sua vida? Tony não podia desmascará-lo na frente de todos. Como diria a todos que ele era um gênio? Ainda que conseguisse provar, ele acabaria expondo Jeannie e o Dr. Bellows estaria a um passo de descobrir seu segredo.
Se Osman continuasse com a farsa, Tony teria que agir normalmente, até que aquele homem se convencesse a deixar sua esposa em paz.
“Ai dele, se atrever-se a chegar perto dela outra vez!” Pensava Tony.

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MensagemAssunto: Re: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:43 am

VIII
Como Tony previra, Osman voltou a se passar pelo Tenente-Coronel Richard Morris.
O clima de animosidade entre os dois era visível até para os outros oficiais.
O Dr. Bellows alertou ao Major Nelson que tivesse cuidado e não se esquecesse de que Richard era seu superior. Tony teve que se controlar para não dizer ao psiquiatra que Morris era na verdade uma fraude.
O Major Nelson chegou a falar para Osman que se afastasse de Jeannie e deixasse que eles vivessem em paz, mas um irritado Osman disse que não descansaria até recuperá-la.
Todos os dias, o Major Nelson perguntava pra gênia se Osman tinha voltado a procurá-la, mas ela dizia que ele não tinha aparecido mais.
Tony se perguntava o que Osman estaria tramando.
Se pelo menos seu amigo Roger estivesse ali, para ele desabafar! Pensava ele.  Mas o Major Healey ainda estava em missão.

***
Jeannie já estava cansada daquela situação. Ela via todos os dias a angustia de seu marido e isso a atormentava.
Ela tinha que resolver isso de uma vez por todas. O que tinha acontecido no passado fora mal resolvido, mas agora era a hora de colocar tudo no seu devido lugar.
Tomando uma decisão, ela ligou para a base e pediu pra falar com o Tenente-Coronel Richard Morris.
Ao ouvir a voz da gênia, Osman se encheu de alegria:
“Ah, Jeannie querida! Como eu queria ouvi-la, vê-la, mas depois da forma como você desapareceu do escritório naquele dia, achei que precisasse de tempo, para assimilar tudo isso.”
“Osman, isso já foi longe demais! Precisamos conversar de uma vez e resolver tudo isso!”
“Quando você quiser! Quer que eu vá à sua casa?”
“Não! Não quero que Anthony nos veja, é melhor onde você mora.”
“Eu não entendo porque se preocupa com esse humano, mas será como você quiser.”
“Pode ser daqui à uma hora?”
“Claro que sim!”
Morris deu o endereço do seu apartamento para Jeannie e a gênia desligou o telefone.
Ela não se sentia bem marcando um encontro com ele, sem que seu marido soubesse, mas precisava resolver isso de uma vez.
***
Osman saiu rapidamente da base, sem dizer a ninguém aonde ia. Ele chegou a seu apartamento e preparou uma garrafa de champanhe e duas taças. Agora seria sua oportunidade de reconquistar Jeannie.
Algum tempo depois a campainha tocou. Era a gênia.
“Ah Jeannie, como esperei pelo momento em que pudesse estar próximo de você! Entre, por favor!” Disse Osman, alegre.
A gênia entrou no apartamento e se deu conta do champanhe em cima da mesinha da sala. Ela não estava gostando nem um pouco disso!
“Osman, precisamos conversar. Seriamente!”
Ele pediu que ela se sentasse e ela o fez. Osman sentou-se ao lado dela, no sofá.
A gênia respirou fundo e começou a falar:
“Osman, eu fiquei muito feliz em saber que você estava vivo. Foi muito triste e doloroso o que nos aconteceu...”
“Sim, Jeannie. Você não tem ideia como eu procurei você, como eu lutei até te encontrar.”
Ele a olhou nos olhos e Jeannie sentiu pena dele. Ela podia ver em seu olhar todo o esforço que ele tinha feito, para poder vê-la outra vez, mas...
 “Osman, eu sinto de verdade que você tenha perdido todos esses anos a minha procura, mas as coisas agora são diferentes.”
 “Sim, eu sei. Você se casou com aquele humano. Mas o que existe entre vocês não pode ser mais forte do que nós tínhamos.” Ele pegou na mão dela. “Nós nos amávamos e eu sei que esse amor ainda existe!”
Jeannie tirou suas mãos das dele e se levantou, mantendo-se afastada.
Era tão difícil dizer isso a ele. Como dizer a uma pessoa que te procurou a vida inteira que agora amava somente a outro.

***
O Major Nelson foi à sala de Morris entregar alguns papéis. Como ele não estava lá, ele perguntou a sua secretária sobre seu paradeiro.
“Ele saiu sem dizer nada, Major. Não sei onde ele foi!”
Tony achou aquilo estranho. Desde que descobrira que Morris era um gênio e estava atrás de Jeannie, ele sempre precisava saber onde ele estava.
O Major Nelson voltou para seu escritório e ligou pra sua casa. Ninguém atendeu. Jeannie não costumava sair àquela hora. Será que os dois? Não, não podia ser!
Com uma espécie de pressentimento, ele tomou uma decisão: Iria ao apartamento de Osman. Eles deviam estar lá!

***
“Osman, por favor, compreenda! Tudo o que vivemos é passado. Eu amo Anthony!”
Jeannie tentava explicar, mas o gênio não entendia.
“Você não pode ter me esquecido! Nós éramos felizes, estávamos apaixonados!”
Ele se aproximou dela e abraçou.
“Por favor, Osman, me solte!”
Ela tentava se afastar, mas ele a abraçava forte. Quando ia piscar para se separar dele, ela viu que ele chorava. Jeannie nunca o tinha visto assim.
Mais uma vez ela sentiu pena. Ela já não estava mais apaixonada por ele, mas ainda sentia carinho. Não queria que ele sofresse.
“Eu te amo tanto, você não pode nem imaginar. Tudo o que me fazia viver, era saber que um dia te encontraria.” Disse ele.
A gênia olhou nos olhos dele e também chorou. Ela já não sabia se era por pena ou por um passado que acabou de forma tão triste. A vida dela voltou a seguir seu curso, graças a Anthony. Mas e a dele?
Osman não pode mais se segurar e a beijou, um beijo onde ele queria demonstrar a ela tudo o que sentia.
Ela deixou que ele a beijasse. A gênia não sentia nada, apenas culpa por sentir que traia meu marido, mas ela não conseguia se afastar dele.
Osman continuou a beijá-la, quando a porta se abriu e o Major Nelson entrou.
Ele não acreditava no que seus olhos viam.

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MensagemAssunto: Re: Somente por você   Somente por você EmptySáb Jun 07, 2014 11:46 am

IX

“O que pensa que está fazendo?” O Major Nelson correu enraivecido ao encontro dos dois. Ele puxou Osman, empurrando-o com força contra parede, para afastá-lo de sua esposa.
“Anthony, por favor, calma! Não é o que você está pensando!” Jeannie dizia desesperada.
Mas Tony não a ouviu e foi atrás de seu alvo, deferindo-lhe um soco.
“Você não vai tirá-la de mim, antes terá que me matar!”
Morris já furioso, respondeu:
“Nada me daria mais prazer!”
“Não!” Jeannie gritou. “Parem!”
Osman já não se importava mais em usar seus poderes, o importante era livrar para sempre desse humano que se me meteu entre Jeannie e ele.
O gênio piscou e o Major Nelson caiu, com as mãos no abdômen, como se tivesse levado um golpe.
“Anthony!” Jeannie se abaixou ao lado dele. “Anthony, você está bem?”
“Ele... ele não vai me vencer!” Mesmo sentindo muita dor, o Major Nelson se levantou, ainda querendo brigar com Osman.
A gênia cruzou os braços, para mandar Tony, para um lugar seguro, longe de Osman, mas o gênio percebeu e a impediu.
“Não se meta nisso Jeannie!” Ele usou seus poderes para subjugá-la e ela caiu sentada, sem forças, no sofá.
“Seu cretino!” O Major Nelson mais uma vez se aproximou de Osman, para tentar golpeá-lo, mas Osman piscou, acertando o Major Nelson, que caiu inconsciente.
Jeannie chorando, foi lentamente ao encontro do seu marido e se abaixou, o abraçando.
“Ah, Anthony querido!” Ela voltou os olhos pra Osman e com raiva disse: “Por que fez isso? Ele não é um gênio, você foi um covarde! Vá embora, nos deixe em paz.”
“Mas Jeannie, eu...” Osman se assustou com o olhar de raiva da gênia.
“Eu não quero vê-lo mais! Você é pior que o Blue Djinn!”
 As palavras de Jeannie o atingiram e o machucaram. Além disso, ao olhá-la ali, chorando, abraçada ao Major que estava quase morto, Osman voltou ao passado.
Ele havia feito com aquele humano, o mesmo que o gênio azul havia feito com ele. Não, tinha sido muito pior!  Tony Nelson era somente um humano, sem poderes. Jeannie estava certa, ele agiu como um covarde.
E mesmo sem chances de vencê-lo, o Major Nelson lutou, para defender o seu amor.
Osman se deu conta que Jeannie já não mais lhe pertencia. Ele finalmente percebeu todo amor que existia entre aqueles dois.
Osman piscou uma poção e entregou a Jeannie.
“O que é isso?” Perguntou a gênia desconfiada.
“Dê a ele. Logo ele estará bem!”
“Está falando sério?”
“Sim. Eu a deixarei em paz Jeannie. Agora eu vejo tudo com clareza. Eu já te perdi, há muito tempo. Agora é a hora de seguir meu caminho. Adeus. Seja feliz!”
Ele desapareceu e Jeannie deu a poção para seu amo. Em segundos ele estava totalmente recuperado.
“O que aconteceu? Onde está Osman?”
A gênia o abraçou chorando muito.
“Ah amo, você está bem! Que alegria!”
Mesmo confuso Tony a abraçou de volta.

***
Passaram semanas e tudo estava tranquilo entre o casal Nelson.
Eles decidiram esquecer o que houve e começar uma nova vida de agora em diante.
A gênia usou seus poderes para apagar a lembrança de Richard Morris de todos da base e tudo continuou normal por lá.
Em um dia, Tony e Jeannie estavam sentados no sofá, quando o Major Nelson perguntou.
“Você acha que ele não voltará mais, Jeannie?”
Jeannie se surpreendeu com a pergunta. Sabia que ele estava falando de Osman.
“Não se preocupe mais com ele, amo. Ele entendeu que eu amo só você e jamais voltaria com ele.”
“Mas ele é um gênio. Um dia talvez, quando eu não existir, ele voltará a te procurar e talvez você já tenha se esquecido de mim.” Disse Tony, um pouco triste.
Ela olhou fundo nos olhos dele e disse:
“Vivi sozinha por muitos e muitos anos. Até que você me encontrou. Desde aquele instante eu sabia que nunca mais estaria sozinha por esse amor me acompanharia pra sempre. Você sempre estará comigo, porque nosso amor é eterno!”
A declaração da gênia o emocionou, com era bom ter um amor assim!
“Eu também sempre amarei você. Não importa o que aconteça!”
Ele a beijou intensamente, sentindo sua alma flutuar por estar ao lado dela.
***
Jeannie caminhava sozinha na praia. Ela estava na ilha onde fora encontrada por seu amo.
Ela trazia nas mãos o véu branco que Osman lhe dera um dia.
A gênia se aproximou do mar e jogou o véu, deixando que as ondas o levassem.
“Agora sim esse passado está totalmente extinto.” Disse ela.
Osman que a observava ao longe, falou:
“Sim, Jeannie. Agora está tudo acabado. E podemos seguir nossas vidas!”
Ele piscou, desaparecendo.

Fim
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