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 Diga-me o que compras...

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MensagemAssunto: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 4:56 pm

Título: Diga-me o que compras... (e eu te direi quem poderás ser!)
Autor: strawberriesapples
Shipper: o único casal mesmo da história é a linda gênia e seu espetáculo de amo!
Gênero: Romance/Aventura
Advertências: Perdão pela parte boba no capítulo 9... =P
Censura / Classificação: PG-13
Capítulos: 11
Nota: originalmente postada dia 10/06/2012
Resumo ou uma promo: Jeannie compra um peso para papeis que a deixa fascinada. Mal sabe ela o porquê...


Era um dia normal no meio da semana e Jeannie não tinha nada para fazer. Seu amo tinha ido trabalhar. Ela já tinha arrumado a cozinha, limpado a casa, mexido no jardim e dado uma geral em sua garrafa. Ela estava entediada. “Acho que vou dar uma voltinha na rua”, pensou. Piscou para si mesma um vestido rosa e uma bolsinha e saiu.
Caminhou pelo parque, sentou-se em um dos bancos que havia por ali e ficou observando as pessoas. Até que ela viu uma loja de penhores do outro lado da rua. Resolveu ir até lá. “Acho que vou comprar alguma coisinha para o meu Amo.”
A loja parecia pequena, e era uma daquelas lojas que um sininho toca quando você abre a porta. Tinha várias coisas espalhadas pelas prateleiras. Umas grandes, outras pequenas, de várias partes do mundo e de várias épocas. Umas muito valiosas, outras, nem tanto. Lá dentro era muito quente e tinha um aroma bem característico. De... especiarias, parecia. “Alô?” ela chamou. “Alguém aí?” Um homem de meia idade apareceu e a cumprimentou. “Boa tarde, senhorita. Posso ajudar?”
“Oh, sim. Eu estou à procura de um presente para o meu A... a... amigo.”
“Hum. E o seu amigo gosta de coisas antigas?”
“Bom, ele... eu já dei coisas antigas pra ele e ele ficou chateado porque eram muito caras.”
“Ah, então você está procurando alguma coisa com um preço acessível.”
“Sim! Acho que sim.”
“Hum...” O homem passou o olho pelas prateleiras e pelo balcão e tirou um relógio de bolso dali. “Que tal este relógio? É do século passado!”
Jeannie pegou o relógio e olhou-o bem. “Hum, acho que não, meu Am-amigo já tem relógio.”
“Sim... e que tal estas abotoaduras? Pertenceram a um príncipe no Oriente Médio!”
Ela achou as abotoaduras muito bonitas, mas não era o que ela estava procurando. Além disso, se ela quisesse abotoaduras de um príncipe do Oriente Médio, era só falar com sua mãe... ela poderia consegui-las! Mas não era isso que ela queria.
“São bonitas, mas... não! Obrigada.”
“E que tal essa...” o homem ia pegar uma caneta, mas Jeannie viu um objeto que a deixou estupefata. Estava numa prateleira atrás do homem e ela não conseguia parar de olhar. Era uma pedra oval de um roxo muito bonito.
“O que é aquilo?” Ela perguntou, apontando para a pedra.
“Ah, isso? É só um peso de papel.” Disse o homem, pegando a pedra. “Já tentei avaliá-la, mas não vale mais do que uns 10 dólares.”
“Eu levo!!!” Ela realmente estava hipnotizada pela pedra, e não sabia o porquê.
“Você acha que o seu amigo vai gostar disso?”
“Ah, bem... não... acho que vou fazer alguma coisa pra ele.”
“Fazer?” Ele olhou-a incrédulo.
“Sim! Ahn... acho que farei um relógio como aquele ali.” Ela apontou para um enorme relógio de pêndulo.
“A senhorita vai fazer um relógio de pêndulo pro seu amigo?”
“Sim! Acho que ele vai gostar! Pode embrulhar a minha pedra, por favor?”
O homem sacudiu a cabeça e colocou a pedra numa sacolinha de papel.
“Aqui está, moça. Dez dólares.”
Ela abriu sua bolsinha, pegou uma nota e entregou-a ao homem. “Muito obrigada!”, disse ela, saindo da loja.
Ela foi andando para casa olhando fixamente para a pedra, que estava em sua mão. Ela estava fascinada. Não entendia exatamente o motivo, e a pedra parecia uma pedra comum, mas não conseguia parar de olhá-la.
Chegou a casa, colocou a pedra ao lado de sua garrafa e, vendo as horas, foi arrumar alguma coisa para o Major Nelson comer – ele iria chegar dali a meia hora.
Exatamente meia hora depois, ele entrou pela porta.
“Jeannie!”
Ninguém respondeu. Ele jogou seu quepe no cabide à direita e chamou de novo.
“Jeannie! Estou em casa!”
Ele andou em direção à sala de estar. “Jeannie! Cadê você?” Olhou para dentro da garrafa. “Jeannie? Está chateada comigo?”
“Hã? Oh, não, Amo! Já vou sair!” e se enfumaçou para fora da garrafa.
“Boa noite, Amo.” Disse, dando-lhe um beijinho no rosto.
“Alô. Temos alguma coisa pra comer? Tou morrendo de fome!”
“Sim, sim. Está na cozinha.” Disse ela, sem prestar muita atenção.
“Jeannie, aconteceu alguma coisa? Você parece meio... distraída.”
“Hum? Ah, não, Amo, é só... bem, olhe.”
Ela mostrou a pedra ao Major Nelson.
“Uma pedra?”
“Sim! Não é linda?”
“A mim parece uma pedra comum. Bom, vou lá comer. Você quer me acompanhar?”
“Não, Amo, obrigada, não estou com fome.”
O Major Nelson estranhou. Normalmente ela nunca recusaria um convite seu.
Depois de comer, ele foi ler o jornal. Depois do jornal, foi tomar banho. Depois do banho... ele resolveu ir ver o que raios estava se passando com sua gênia.
“Jeannie!”
Ela tinha entrado em sua garrafa de novo. Assim que o ouviu, saiu.
“Sim, Amo?”
“Podemos nos sentar ali no sofá?”
“Claro!”
Sentaram- se no sofá e ele olhou atentamente para ela.
“Jeannie.”
“Sim?”
“Aconteceu alguma coisa? Você está triste?”
“Não, Amo. Estou bem. Por quê?”
“Bem, porque... tem certeza que não há nada de errado?”
“Tenho sim, Amo. Eu estou ótima.”
“Bom... então tudo bem. Boa noite.”
“Boa noite, Amo.” E desapareceu.
O Major Nelson ficou sentado por alguns minutos no sofá, pensando. Tinha alguma coisa de errado com Jeannie. Ela estava tão... distante! E ele... ele estava com saudade dela.

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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 4:57 pm

*2*

No dia seguinte, ele resolveu dar um tempo para ela. Talvez estivesse acontecendo algo com a família dela, e ele não queria se meter. Ou talvez ela estivesse mesmo chateada com ele. Afinal, ele andava trabalhando demais, e mal tinha tempo para ela. Fosse o que fosse, ele estava determinado a levantar o astral de sua gênia. Deixou um bilhete para ela e foi trabalhar sem tomar o café; ele tomaria café na base.
Enquanto isso, Jeannie acordava de repente. “Céus! Eu dormi demais!” Saiu da garrafa numa nuvem de fumaça rosa e chamou por seu amo. “Ele já foi! Sem tomar o café?”
Ela viu o bilhete na mesinha de centro. “Bom dia, Jeannie!” dizia o bilhete. “Acho que você precisa de um tempo sozinha, então resolvi sair mais cedo. Não se preocupe com o café da manhã, eu tomo alguma coisa na base. Mas se por acaso você estiver chateada por algo que eu fiz, pelo amor de Deus, me diga! Com amor, Tony.” “Oh, Amo, não estou chateada com você! Você é tão amável e...” de repente, uma nuvem de fumaça verde aparece na sua frente.
“Jeannie! O que está fazendo aqui?”
“Bom dia pra você também, querida irmã! Ora, não posso visitá-la?”
“O que você quer desta vez? Reclamar do seu mais novo amo? Ou tentar pegar o MEU?”
“Querida, eu não vim fazer nada disso! Só vim te dizer que a mamãe... Mas o que é isso???”
A irmã de Jeannie tinha batido os olhos na pedra roxa, que estava ao lado da garrafa. Esqueceu rapidamente do seu mais novo plano para pegar o Major Nelson.
“Um peso para papeis que eu comprei ontem. Não é lindo?”
“É fascinante!” Ela pegou a pedra em suas mãos. “Eu tenho que ter esta pedra!”
“Jeannie! A pedra é minha! Eu a comprei ontem!”
“Então eu compro de você, querida!”
“Não! Eu não quero vendê-la a você! Me dê ela aqui!”
“Mas ela não combina com a decoração dessa casa! Vai ficar ridícula!”
“Mas combina com a minha garrafa! Me dê a pedra!”
“Não!”
Jeannie tentou tirar a pedra de sua irmã à força e agarrou a mão que segurava a pedra. Repentinamente, um raio de luz azul claro subiu da pedra; as duas olhavam fixamente para o clarão; ele se dividiu em dois e atingiu as duas irmãs no meio da testa. A luz começou a mudar de cor, ficando metade verde, metade rosa; misturou-se no ar e sumiu. As duas estavam no chão, desacordadas.
Alguns minutos depois, elas acordaram ao mesmo tempo.
“Jeannie? O que aconteceu?”
“Não sei, querida... acho que essa dieta não está me fazendo bem...”
“A pedra! Sumiu!”
“Que pedra?”
“Eu sei que está com você! Devolva!”
“Eu não tenho pedra nenhuma! Pode me revistar, se quiser!”
“Então onde está?”
“Você deve ter largado em algum lugar. É tão desastrada! Bom... acho que já vou.”
“Você não estava falando da mamãe?...”
“O que? Falando da mamãe? Querida, sua idade finalmente está dando as caras! Eu não falei nada sobre a mamãe!”
“Não? Então...”
“Vou indo... mande lembranças àquele seu espetáculo de amo! Ciao!”
“Fique longe dele!”
Sua irmã sumiu e ela levantou-se. Sentia-se diferente, mais... confiante? Não tinha certeza, mas se sentia definitivamente diferente.
“Hum... acho que vou à NASA tomar café com o meu Amo!” E sumiu.
Ainda eram nove horas da manhã e o Major Nelson já estava cansado. Tinha ouvido uma chamada do General Peterson por entregar um relatório com um dia de atraso e outra do Dr. Bellows por chegar cedo demais e lhe dar um susto logo de manhã; tinha ouvido também uma narração com detalhes do que seu melhor amigo tinha feito na noite anterior. “Você perdeu, Tony”, disse o Major Healey, rindo, “elas não falavam uma palavra de Inglês!” Além disso, o possível problema de Jeannie não saía de sua cabeça. “Oh, Jeannie...” suspirou, casualmente.
“Chamou, Amo?” ela tinha aparecido bem em frente à sua mesa.
“Oi, Jeannie.” disse, distraído. “Jeannie! O que está fazendo aqui?”
“Vim tomar café com você!” e piscou uma mesa farta.
“Jeannie, estou contente por você estar aqui, mas... eu já tomei café.”
“E você nem me esperou?”
“Bom... você leu o meu bilhete?”
“Li sim... por isso eu vim tomar café com você.” E piscou um enorme pedaço de pão nas mãos do Major Nelson.
“Jeannie... por favor! Leve isso! Eu não quero tomar café de novo!”
“Amo, você está mal humorado demais! Não posso ficar perto de você assim! Até logo.” E desapareceu, levando tudo com ela.
“O que? Jeannie! Jeannie! Volte aqui!”
Enquanto isso, Jeannie andava pelos corredores da NASA um pouco nervosa.
“Bom dia, Jeannie.” Era o Major Healey.
“Bom dia, Major Healey.”
Ele se deu conta de quem era e que ela estava perambulando pelos corredores da NASA com roupas de odalisca.
“Jeannie! O que você está fazendo aqui?!” ele voltou para falar com ela.
“Vim tomar café com o meu Amo, mas ele está um porre! Aí resolvi dar uma voltinha pela NASA. Ai, é tão chato aqui, Major Healey!”
Ele arregalou os olhos e ficou mudo. Jeannie reclamando de seu amo? O que estava acontecendo?
“Major Healey! Acorde!” Ela gritou, para ver se ele acordava do “transe”.
“O que?” ele disse ainda estupefato.
“Ai, você também não quer saber de papo, né? Mas que coisa!” e desapareceu novamente.
“Roger!” Era o Major Nelson, que estava desesperadamente procurando por sua gênia.
“Tony! Você não adivinha quem está andando por aí com...”
“Você viu a Jeannie???”
“É dela mesmo que eu estou falando! O que aconteceu?”
“Não sei! Ela está esquisita assim desde ontem! Acho que está chateada comigo, mas não fala nada! Pra onde será que ela foi?”

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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 5:03 pm

*3*

Jeannie apareceu de repente num escritório muito bem arrumado, com quadros na parede, entre eles, um diploma. “Alfred E Bellows, MD...”, ela leu. A porta se abriu e o usual ocupante do escritório entrou.
“Bom dia, Doutor Bellows!”
“Bom dia. Ah-... quem é você e que está fazendo no meu escritório com... com... essas roupas?!”
“Dr. Bellows, meu nome é Jeannie e eu vim trazer o seu café da manhã!”
“Moça, eu já tomei café. Quem é você? Que brincadeira é essa?”
“Eu já falei quem eu sou! E você também não quer café? Mas vocês da NASA são uns chatos, hein?”
“Nós da... você já falou com mais alguém?”
“Falei... argh!”
“Deixe-me adivinhar... Você falou com o Major Nelson?”
“Sim! Eu vim aqui tomar café com ele, mas ele não quer! Eu vivo tentando agradá-lo, mas ele sempre me reprova!”
“Ah! Eu sabia! Só podia ser coisa do Major Nelson!”
Nesse minuto, alguém bateu na porta.
“Entre!”
Era o próprio.
“Doutor, o senhor viu...” ele gelou assim que viu Jeannie sentada na mesa do Dr. Bellows.
“Olá, Major. Você conhece esta moça?”
“Alô, Amo.” Disse ela, com um sorriso cínico.
O Major Healey chegou logo depois. “Oh, não...”
“Ahn... Dr. Bellows, esta é...”
“Jeannie.” Disse o Dr. Bellows.
“Sim...” disse o Major Nelson, olhando derrotado para seu superior.
“Ela disse que te conhece...”
“Ela disse isso?” ele olhou para ela e ela retornou o sorriso cínico.
“E ela acaba de chamá-lo de ‘amo’.”
“Bom, doutor, é que ela é minha...”
“Não ouse falar que eu sou sua empregada, Amo!” Ela tinha pulado da mesa do Dr. Bellows e ia em direção a seu amo.
“Quem é esta moça, Major?”
Ele ficou calado por muitos minutos, olhando para ela, para ver se a decifrava. Ela com certeza estava chateada com ele. Mas por quê?
Ela continuava olhando séria para ele. Até que ele explodiu.
“Jeannie, pelo amor de Deus, tire-nos daqui!”
Ela obedeceu e ele se viu em casa. Olhou para ela com um pouco de raiva e também um pouco de medo.
“Jeannie! Que idéia foi essa de...”
“Você não quis tomar café comigo, eu fui procurar outra pessoa com quem eu pudesse tomar café!”
“Jeannie, por favor, o que é que houve? Você está zangada comigo, mas por quê?”
“Esta casa está precisando de uma nova decoração!”
“O-O que?” Ela tinha mudado de assunto?
“Já sei!” Ela piscou e a sala parecia um palácio árabe. “Ah! Está linda!”
“Jeannie! O que é isso? Eu quero a minha casa de volta!”
Ela olhou para ele com desdém e piscou. Ele sumiu. Foi parar em seu escritório, na NASA. “J-Jean...” a porta abriu e o Dr. Bellows e o Major Healey entraram por ela.
“Major Nelson! Como foi que você sumiu de repente? Eu exijo uma explicação! E quem raios é aquela moça?”
“Tony, eu é que pergunto! Quem raios é aquela moça e o que ela fez com a Jeannie?”
Com tanta pressão e agitação, o Major Nelson não agüentou. Caiu desmaiado ali mesmo, no chão de seu escritório.
Ele foi levado à ala hospitalar da base e acordou depois de alguns minutos. O Dr. Bellows ficou aliviado e deixou-o descansar sozinho por uma meia-hora. Assim que ele saiu, Jeannie apareceu.
“AMO!”
“Jeannie! Por favor, me perdoe!!!” ele sentou-se na cama e pegou nas mãos dela; ele nem sabia por que estava pedindo perdão.
“Oh, Amo! Me perdoe você! Eu fui muito caprichosa hoje cedo! Não devia ter feito aquilo!”
Ele estava aliviado. Sua Jeannie de sempre tinha voltado.
“Ah... está tudo bem, pode deixar.”
“Oh, Amo! Você é demais!” e deu-lhe um beijo estalado. “Mal posso esperar que você chegue em casa!” disse, num tom de voz animado demais, e desapareceu.
Ele deitou-se de novo e soltou um suspiro frustrado.
Horas mais tarde, ele chegava em sua casa, depois de ter pegado uma carona com o Major Healey. “Tem sorte de o Dr. Bellows ter ficado com pena de você por enquanto. Já sabe que ele vai te encher de perguntas, senão de comprimidos!” alertou.
O Major Nelson abriu a porta e quase não acreditou no que estava vendo. Jeannie estava em frente à escada, usando um vestido trapézio de couro branco que mais parecia um camisão com um cinto de metal; botas de cano alto brancas e um batom rosa choque.
“Boa noite, Major Nelson...” disse ela, com um tom de voz que ele nunca a tinha ouvido usar.

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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 5:04 pm

*4*
Ela foi caminhando até ele, parecendo um gato prestes a agarrar sua presa, segundo ele. Ela chegou perto dele, pôs os braços em volta de seu pescoço e deu-lhe um beijo totalmente diferente de todos os beijos normais dela. Ele ficou surpreso, mas logo se rendeu. Quando ele deu por si, estava abraçando-a forte e devolvendo o beijo da mesma maneira. “Ai...” ela gemeu. “Que bom que está em casa...” disse, assim que se soltou dele. Ele ainda estava abismado com o tal beijo, mas conseguiu falar alguma coisa.
“J-Jeannie... o que v-”
“Amo... podemos jantar fora?”
Ele resolveu aceitar. E se ele negasse e ela resolvesse ir jantar com o General Peterson?
“Claro... onde você quiser...” disse ele, com um sorriso.
“Ótimo!”
Ela piscou nele um par de calças cinza, uma camisa xadrez azul clara e uma blusa de cashmere azul marinho por cima. Ele estava lindo!
“Oh, Amo, você está lindo! Vamos?”
“O-Obrigado... sim, vamos.”
Eles sumiram e foram parar na porta do Clube dos Oficiais.
“O Clube? Jeannie, você não quer ir para outro lugar?”
“Amo, eu sei que você sempre vem aqui. Eu só vim aqui uma vez e rápido demais. Gostei daqui, não podemos ficar?”
Era melhor ele não dizer mais nada, ela poderia mandá-lo para a Groenlândia.
“Podemos, podemos sim.”
Eles entraram e o Major Nelson nunca tinha sido tão cumprimentado na vida. Ele não sabia se as pessoas estavam mesmo mais simpáticas aquele dia ou se era por causa da loira agarrada com ele...
“Ei, Tony!” Era um outro oficial da NASA.
“Oi, Jack!”
“Não vai apresentar a sua amiga?”
“Ah, sim, Jack, essa é a...”
“Jeannie...” disse ela, dando beijinhos no rosto de seu amo.
“Muito prazer, Jeannie...”
Ela nem deu bola para o colega do Major Nelson, só acenou com a mão, sem parar de dar os beijinhos nele. O outro oficial passou pelo Major Nelson e sussurrou, “Ela é demais! Malandro, faturou pra hoje, hein!”
Ele deu uma risadinha e pensou “Faturei pra hoje? Será?” Ele olhou para Jeannie. Ela sorriu um sorriso que também era diferente dos sorrisos costumeiros dela. Ela tinha um brilho diferente no olhar...
Eles jantaram, tomaram um bom vinho e conversaram por um bom tempo. Nunca tinham parado para conversar assim. Falaram sobre o que gostavam de ver, de fazer e de comer e outras trivialidades e saíram dali.
“Amo... sabe o que nós podíamos fazer agora?”
“O que?”
“Dançar!”
“Jeannie, eu não sei dançar.”
“Ah... você aprende! Vamos!”
E foram a uma boate perto dali. Ela estava de bom humor e ele queria aproveitar essa fase. Mas ainda estava achando o comportamento dela estranho demais.
A boate estava um pouco cheia, mas ela não se importava. Dançaram umas duas ou três músicas agitadas (ele ficou abismado com os passos moderninhos que ela tinha aprendido) e quando tocou uma música mais lenta, ela o abraçou do mesmo jeito que tinha feito antes de saírem de casa. Ele lembrou-se daquele momento e sentiu um arrepio da cabeça aos pés. Abraçou-a também e começaram a dançar. Ele nunca tinha tido a sensação dela tão junto a ele. Ela estava quente de tanto dançar e exalava um perfume inebriante. Além disso, ela parecia fazer uma espécie de massagem em suas costas. Ele estava quase perdendo a compostura... “Controle-se, homem!” pensou ele. “É Jeannie que está aqui com você. Lembra? Sua gênia! Que te adora e faz de tudo para vê-lo feliz... Que é doce, linda, sexy e...” E ele perdeu de vez as estribeiras. O jazz tocando, a meia-luz do salão, o perfume, ela agarrada a ele... Ele olhou nos olhos dela e ela sorriu aquele tal sorriso novamente. Foi a gota d’água. Ele a beijou do mesmo jeito que ela o beijou quando ele chegou em casa. Ele a ouviu gemer depois que se separaram e sussurrou no ouvido dela: “Jeannie...”
“Mmm?”
“Vamos embora daqui...”
“Sim, Amo...”
Eles literalmente sumiram dali e foram parar na praia. Ele não conseguia largar dela.
“Podemos caminhar um pouco pela praia, Amo?”
“Só se for rápido.”
“Rápido?”
“É... eu quero que a gente vá pra casa logo...”
“Você está cansado? Quer dormir?”
“Não... É outra coisa que eu quero...” Ele ainda estava afetado por essa aura nova que envolvia Jeannie. Era como se todas as amarras que o impediam de admitir que ele fosse louco por ela de repente se soltassem!
Ele começou a dar beijos no pescoço dela, o que a fez gemer, sussurrar, “Seu pedido é uma ordem, Amo!...” e piscá-los para casa.
Em casa, finalmente. Sua fortaleza. Em casa era seguro. Ainda completamente envolvido pelos feitiços naturais dela, ele a imprensou contra a porta da frente, beijando-a intensamente. Ela, achando maravilhoso esse comportamento dele, devolveu os beijos, carícias e gemidos. Saíram da porta e se jogaram na cadeira azul que ficava ali perto. Ele sempre tinha sido um homem muito respeitador e nunca tinha tocado nela, apesar da vontade estar sempre ali. Mas aquele dia ele não agüentou. Ela estava sentada em seu colo, e como seu vestido era curto (ele ainda achava que parecia mais um camisão), uma boa parte das pernas dela estava à mostra, incluindo as coxas. Instintivamente, ele passou a mão por uma delas, o que a fez gemer. A reação dela às atitudes dele o estava deixando maluco e ele só pensava em uma coisa agora: ir para o quarto.
“Jeannie... vamos pra um lugar mais confortável. Agora.” Ele sussurrou no ouvido dela.
Ela parou de beijar seu rosto e olhou nos olhos dele.
“Amo!... Tem certeza?”
“Absoluta.”
Ela abriu um sorriso parecido com aquele, mordendo o lábio inferior.
“Sim, Amo!...”
Ela piscou e eles foram parar exatamente onde ele queria. Ele sentado na cama, encostado na cabeceira e ela ainda no colo dele. Começaram a escorregar daquela posição... Mas um alerta disparou na cabeça do Major Nelson. Era provavelmente só uma fase. Uma fase como aquela da raiva repentina. Ela voltaria ao normal mais cedo ou mais tarde. Ele não podia se aproveitar dela assim!

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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 5:07 pm

*5*

“Jeannie...” Ela estava desabotoando a camisa dele!
“Sim...” agora ela estava beijando os ombros dele. “Amo?...” agora o peito...
“Eu preciso... ohhh...” ela tinha descido mais...
Agora ela estava em cima dele. Ele estava quase se esquecendo do tal alerta...
“Do que você precisa, Amo? É só falar que eu... faço!” disse ela, com a mesma voz sedutora de antes e aquele sorriso.
Ele se esqueceu do tal alerta e começou a beijá-la novamente. Virou-se de modo que ele ficasse por cima dela agora. Estava começando a tentar fazer o que ela tinha feito com ele quando ouviu um estalo.
“Ai!”
“Jeannie?”
“M-meu tornozelo! Está doendo!”
“O que?”
“Acho que dei um mau-jeito! Aai!”
“Deixa ver.”
Ele sentou-se no pé da cama e tirou a bota direita com muito cuidado. Ela também se levantou e apoiou-se com as mãos atrás das costas.
“Pronto.” Ele pegou o pé direito dela. Ela deu um gemido que ele não sabia se era de dor, alívio ou outra coisa qualquer... “Ei, está meio inchado mesmo. Quer colocar gelo?”
“Pode deixar, Amo.”
Eles se encararam por alguns segundos e sorriram um para o outro. A temperatura tinha baixado...
“Vai dormir na sua garrafa?”
“Sinto muito, Amo.” disse ela, um pouco frustrada e triste. E com dor.
“Não sinta. Acidentes acontecem.” Disse ele, sorrindo conformadamente para ela.
Ela se aproximou dele e disse “Você é o melhor amo a quem eu já servi.”. Deu-lhe um beijo na bochecha e sumiu.
No dia seguinte, um frustrado Major Nelson saiu cedo demais de casa novamente. Não tinha coragem de encarar Jeannie. Talvez por vergonha ou por frustração mesmo.
Chegou à NASA e deu de cara com seu melhor amigo no corredor.
“Tony! Onde você estava noite passada? Liguei várias vezes pra você e nada!”
“É, eu não estava em casa mesmo.”
“Não estava em casa?” Ele não era de sair no meio da semana!
“Eu saí, Roger.”
“Disso eu sei. Jack Lawrence disse que te viu no Clube...”
“Disse?”
O Major Healey abriu um sorriso maroto.
“Com uma loiraça! Que não parava de te agarrar!”
O Major Nelson deu uma risadinha. “É?”
“Tony, seu malandro! Nem pra me convidar! E como você fez com que Jeannie não soubesse?”
“Roger.”
“O que?”
“Era ela.”
“O que?”
“A loira.”
“Sim, quem era ela?”
“Jeannie.”
“Você saiu com a Jeannie ontem?!”
“Saí.”
“E levou ela pro Clube?!”
“Sim.”
“Aquilo não é lugar pra se levar uma moça como...”
“Foi ela quem pediu.”
“Não acredito!”
“Roger, ela está muito diferente...”
“Então a raiva passou...”
“Acho que sim. Roger, ontem foi um dos melhores e mais estranhos dias da minha vida!”
“Melhores? Sério? Depois do Dr. Bellows te pegar no flagra?”
“O Dr. Bellows! Eu tinha me esquecido dele!”
“Quero ver como você vai explicar a ele! E ele já sabe que ela não é sua empregada!”
“Droga! Bom, por um lado isso é bom, assim eu me esqueço de ontem à noite.”
“Hein? Por que você quer se esquecer de ontem à noite?”
“Roger... eu só posso te dizer que foi uma das noites mais excitantes da minha vida.”
“Sério? E por q- espera um minuto. A Jeannie tem alguma coisa a ver com isso?” o Major Healey abriu novamente o sorriso maroto.
“Ela tem tudo a ver com isso...”
Eles ouviram uma batida na porta e logo a seguir, o Dr. Bellows entrou por ela. “Estou frito!” pensou o Major Nelson.
“Bom dia, senhores. Major Nelson, está se sentindo melhor?”
“Sim, senhor... Ahn, Dr. Bellows, quanto a...”
“Não tem nenhuma escoriação nem nada?”
“O que?”
“Você bateu com a cabeça ontem, não se lembra? Oh, não, será que você ficou com amnésia parcial?”
“Ahn... doutor, não tem escoriação. Estou bem.” “Ela mexeu na memória dele! UFA!” pensou o Major Nelson.
“Oh, que bom. Assim mesmo, aguarde-me na sala de exames. Só por precaução.”
“Mas doutor, eu...”
“Major Nelson. Não são ordens minhas. São do General Peterson! Agora, sabemos como ele é nervoso. Por favor, quer esperar por mim na sala de exames?”
“Sim, senhor.”
“Com licença, Major Healey.”
“Pois não, senhor.”
Os três saíram e um pensativo Major Healey foi para sua sala. Se a tal noite tinha sido excitante, por que seu amigo queria esquecer-se dela?
***
Enquanto isso, do outro lado do mundo, a irmã de Jeannie servia a seu amo com uma paciência infinita. Fazia tudo o que ele pedia, buscava comida, água, lhe dava ouro, palácios, tudo o que ele pedisse. Ocasionalmente fugia para dar uma volta, mas sempre voltava. Um dia, enquanto preparava o jantar, pegou-se cantando uma certa musiquinha:
“Ana bahebak ya habibi...” “Credo!”, pensou. “Estou parecendo a tonta da minha irmã!” e deixou cair o prato que estava em suas mãos. Ela tinha acabado de descobrir o que estava acontecendo com ela.


*6*

Horas depois, o Major Nelson foi para casa, pensativo. Ele estava determinado a esquecer a noite anterior e tocar a vida como se nada tivesse acontecido. Mas esse plano não daria certo. Ele abriu a porta de sua casa e sentiu um cheiro forte de canela. Entrou e deparou-se com vários tecidos estampados pendurados pela sala, formando uma espécie de tenda. Seus móveis tinham sumido e havia um tapete persa enorme no meio da sala de estar, com almofadas enormes em toda a volta. “O que raios?...” pensou. “Jeannie?” chamou. De repente ele começou a ouvir umas batidas de música árabe. “Jeannie!” Ele se viu de repente em cima das almofadas (que estavam onde ficava sua lareira) e olhou para o outro lado da sala. Lá estava ela, de costas para ele, usando uma roupa diferente. Era toda em vinho, tinha muitos véus e ela usava uma saia de tiras em vez de uma calça. Foi desfilando de lado para o meio da sala e começou a se mexer no ritmo da música, que não era nem muito lenta e nem muito agitada. “Acho que ela melhorou do pé, então...” pensou ele. Ela virou-se para ele e tirou um dos véus, que estava preso em seu cabelo. Passou-o pelos braços e jogou para ele. Ele pegou e olhou o véu casualmente. Voltou sua atenção a ela. Ela mexia os braços e os ombros levemente, como se eles fossem feitos do mesmo material do véu. Agora, os quadris contavam outra história... iam de um lado para o outro, às vezes lentamente, outras mais rapidamente. Ela retirou o véu que cobria seu rosto. E lá estava o sorriso do dia anterior. Ele sentiu um arrepio e as memórias começaram a voltar. Ela continuou dançando, algumas vezes ficando de costas para ele, mexendo os quadris em círculos, os ombros e os braços fazendo arabescos no ar. Ele não podia deixar de reparar que as pernas dela apareciam de vez em quando. Já tinha tido uma boa amostra delas na noite anterior, mas dessa vez era diferente. Dobravam e alongavam de uma maneira interessante. Ela jogou o outro véu para ele e continuou dançando. As lembranças da noite anterior começavam a se juntar às imagens que estavam se passando na frente dele agora. Pareciam um sonho, não pareciam reais. Nunca, nem em suas mais loucas fantasias ele tinha imaginado Jeannie se mexendo desse jeito. A essa altura, ele já estava à vontade com o cheiro, a luz e as almofadas. Ela tirou os véus que estavam sobre seus ombros e ele reparou que ela usava o bustiê costumeiro, mas com continhas bordadas e penduradas, que faziam um barulhinho quando ela sacudia os ombros. Ela jogou os véus para ele e ele levou-os ao nariz. Tinham um cheiro inebriante. E ele estava definitivamente gostando (e muito) desse showzinho particular. Ela rodopiava e deslizava pela sala com muita graça e naturalidade. E uma sensualidade que ele nunca tinha visto. Era excitante. Será que ela se mexia assim em outras ocasiões?... Ela tirou e jogou no chão o véu que cobria sua barriga e ele viu uma das partes do corpo dela que mais o intrigavam: seu baixo ventre. Ele estava hipnotizado. Mais do que quando ela tinha aparecido para ele pela primeira vez naquela ilha do Pacífico. Ela foi chegando mais perto dele e jogou os quadris para um lado; um véu preso ali caiu; ela fez o mesmo para o outro lado e o outro véu também caiu. Ela pegou os véus que estavam no chão e jogou-os em cima dele. Parou bem na frente dele e fez uma onda com o corpo inteiro. Ele respirou fundo. Ela afastou-se um pouco dele e abaixou-se, fazendo uma reverência. A música tinha acabado. Levantou-se devagar, ficando de joelhos, e olhando nos olhos dele, disse, em voz baixa, “Boa noite, Amo. Gostou?” Ele olhou para ela por alguns segundos, acompanhando uma gotinha de suor que descia para seu decote e ele nunca teve tanta inveja de uma gotinha de suor. Respirou fundo mais uma vez e sem pensar em nada, nem em alertas e nem em conseqüências, agarrou-a e beijou-a de um modo que a deixou extasiada. Ela, muito feliz que seu plano tinha dado certo, abraçou-o forte e aproveitou o beijo. Mas ele não pararia por aí. Ele iria terminar o que tinha começado na noite anterior e nada o impediria de fazer isso! Ele foi puxando-a para cima das almofadas e sem hesitar, passou a mão esquerda pelas pernas dela, por trás. Virou-se para o lado direito de modo que ficasse em cima dela e começou a fazer o trajeto da gotinha com beijos. Ela ficou alucinada. “Jeannie”, disse ele, ofegante, “Me perdoe por isso, mas... eu não vou agüentar...” E fez exatamente o que tinha a intenção de fazer no dia anterior. E ele matou sua curiosidade: não era só dançando que ela se mexia daquele jeito...
O dia seguinte estava amanhecendo, e o Major Nelson acordou com um raio de sol batendo diretamente em seus olhos. Abriu-os e sentou-se, ficando de costas para a janela. Esfregou os olhos e os abriu novamente. Ele estava na sala, que parecia uma ten- Ah. A noite passada. Olhou para seu lado esquerdo e viu Jeannie, que dormia tranquilamente, coberta de véus. Ele abriu um sorriso enorme. Estava muito feliz e tranquilo, como não se sentia há muito tempo.
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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 5:08 pm

*6* (cont.)

Nisso, Jeannie Segunda acordava no conforto de sua garrafa. Até gostar de ficar na garrafa ela estava gostando! Que tétrico! Isso não podia ficar assim! Ela saiu da garrafa e chamou: “Haji!!!”
Mas nada aconteceu. Chamou mais alto.
“HAAAAAJIIIIIII! Eu preciso lhe falar!”
Uma nuvem de fumaça branca apareceu na frente dela. Era ele mesmo, o chefe de todos os gênios.
“Você! O que quer?”
“Vamos, Haji, eu nunca lhe perturbo!”
“Mas vive aprontando e eu tenho sempre que arrumar o que você bagunça!”
“Bom... desculpe-me por isso.”
O velho gênio ficou atônito. A irmã mais velha de Jeannie pedindo desculpas? O que estava acontecendo?
“O que foi que você disse?”
“Desculpe-me!”
“Muito bem, o que houve?”
“Haji... eu não estou me sentindo bem...”
“Prossiga.”
“Eu estou gostando de ficar na garrafa!”
“É o seu lar!”
“Mas o senhor sabe que eu nunca fui muito caseira... heh.”
“Continue.”
“Eu estou gostando de ficar em casa, faço tudo o que o meu amo manda! E o pior: ontem eu me peguei cantarolando enquanto fazia o jantar!”
“Você está tomando juízo...”
“Não, Haji! É muito pior! Estou ficando com a personalidade da tonta da Jeannie!!!”
“E você acha isso ruim?”
“Ruim? Querido, é o fim!”
“Eu acho excelente.”
“Haji... por favor! Essa não sou eu! Vou ter um ataque se continuar presa nesse palácio! O senhor tem que me ajudar!”
“Você quer ajuda...”
“Sim!”
“Quer voltar ao seu normal...”
“Por favor...”
“NÃO!”
“Não?! Por que não?”
“Você está ótima como está!”
“Mas... mas...”
“Sua mãe vai ficar orgulhosa!”
“Oh... não! Eu não posso...”
“Adeus!”
“HAJI! Espere!”
“O que é?”
“Hehehe... tem uma coisinha que eu me esqueci de mencionar...”
“E o que seria?”
“Se eu estou ficando parecida com a minha irmã, significa que ela...”
“Oh... O que foi que você fez desta vez, Jeannie Segunda???”
“Odeio que me chamem assim...” reclamou ela, baixinho. “Ora, eu não fiz nada, Haji!”
“Hum... Se você não fez nada, eu não posso te ajudar mesmo.” Ele estava blefando.
“Ah, não! Bom, é...”
Ele olhou para ela como quem quisesse dizer, “E então?”.
“Aconteceu uma coisinha dia desses...”
“Que coisinha?”
“Eu fui visitar a minha irmã e me deparei com a pedra mais linda que tinha visto nessa minha longa vida...”
“Pedra?”
“Sim, uma linda pedra roxa meio oval e...”
“Oh, não.”
“... que soltou um raio... ‘oh, não’?”
“Vocês tocaram nessa pedra?”
“Sim! A tola da Jeannie tentou pegá-la de mim!”
“Aposto que a pedra era originalmente dela.”
“Bom... ela mesma disse que era só um peso para papeis...”
“Vocês tocaram na pedra, desmaiaram e acordaram sem se lembrar do que tinha acabado de acontecer.”
“É... foi mais ou menos isso. Que pedra é essa?”
“É uma das pedras de Sésamo.”
“Sésamo? A caverna de Ali Babá?”
“Sim.”
“Mas ele só encontrou ouro, diamantes, rubis, esmeraldas, ametistas e... oh.”
“Sim, para mortais, são pedras comuns, mas para nós...”
“Têm efeitos?!”
“Sim, e são irresistíveis para nós... mas só as pedras daquele tesouro! Como uma ametista de Sésamo foi parar no Ocidente, eu não entendo...”
“E o efeito das ametistas é fazer com que...”
“... dois gênios troquem de personalidade aos poucos, se tocarem na pedra ao mesmo tempo.”
“E tem algum jeito de desfazer essa troca?”
“Tem.”
“Ótimo! E qual é?”
“Vocês têm que tocar na pedra ao mesmo tempo novamente.”
Jeannie Segunda olhou para ele incrédula. Ela teria que procurar a irmã de novo e contar tudo a ela. E encontrar a tal ametista que ela nem fazia ideia de onde estava. Céus!




*7*

Na Praia dos Cocos, o Major Nelson continuava sentado no chão de sua sala, olhando transfixado para sua gênia. Ela acordava aos pouquinhos.
“Uaaah! Bom dia, Amo.”
“Bom dia, Jeannie.” respondeu ele, docemente.
Ela levantou-se de repente e olhou para ele, que não parava de sorrir.
“Oh...” ela lembrou-se do que tinha acontecido.
“Dormiu bem?” perguntou ele, acariciando o rosto dela.
“Sim, Amo...” respondeu ela, “Otimamente bem...”
“Que bom... eu também dormi bem...” disse ele, dando um beijinho nela. “Jeannie... posso te pedir um favor?”
“Claro, Amo... o que você quiser.”
“Pode trazer a sala de estar de volta?”
“Pois não!”
Ela piscou e a sala de estar tinha voltado; eles estavam em cima do sofá.
“Obrigado.”
“De nada, Amo querido...” ela estava em cima dele e dava vários beijinhos em seu rosto.
“Jeannie... Jeannie!”
Ela parou de beijá-lo e afastou-se um pouco. “Sim?”
“Er... não sei como te dizer isso, mas... eu...”
“Você o que, Amo?”
“Eu... tenho que ir trabalhar!”
“Oh... mas já?”
“É, devem ser umas oito horas e eu preciso estar na base em meia hora.”
“Oh, Amo, mas... eu tinha tantos planos pra nós hoje...”
Planos... Planos? Se os planos eram parecidos com os que ela vinha tendo, ele estava ansioso pra saber deles com detalhes! Mas agora ele tinha que estar se aprontando para ir para a NASA.
“Bom... quando eu chegar, a gente coloca todos os seus planos em prática! Mas... eu posso ir trabalhar agora? Por favor?” Ela estava muito imprevisível nestes últimos dias, era melhor ele falar tudo com muito cuidado e gentileza.
“Tudo bem, Amo... eu espero você voltar.” E deu-lhe um beijo que o fez pensar por um segundo se deveria mesmo sair dali. Mas ele juntou suas forças e foi trabalhar. Ele estava muito contente, nada nem ninguém ia tirar isso dele hoje.
“Oi, Tony.”
“Bom dia, Roge!!!”
“Que alegria toda é essa? Eu sei que é sexta-feira, mas ainda temos um dia inteiro de trabalho pela frente!”
“Temos mesmo, não é? Então vamos trabalhar!”
“Eeei! O que houve com você, hein?”
“Nada! Só tive uma bela noite de sono, só isso.” Ele abriu a porta de sua sala.
“Noite de sono. An-rã. Finge que eu acredito.”
“Roger, eu nunca dormi tão bem em toda a minha vida! Aaah!” Disse ele, reclinando-se na sua cadeira.
Logo depois, o Dr. Bellows chamou-os para um teste físico, eles fizeram uma simulação e estavam indo para a cantina almoçar quando de repente o Major Nelson sumiu.
Ele se viu de repente num enorme iate, com uma equipe igualmente enorme. “Champanhe, Sr. Nelson?” disse um garçom.
“Hã? O que? Não, obrigado.”
“Caviar, Sr. Nelson?” perguntou uma empregada.
“Não, não, obrigado.” “O que está acontecendo?...” pensou ele. “Jeannie!” chamou. E ela apareceu do seu lado.
“Sim, Amo?”
“O que é isso? O que eu estou fazendo num iate?”
“Ora, Amo, eu pensei que você pudesse tirar férias no seu mais novo iate particular! Podemos nos divertir muito aqui! Dar festas, jantares, e...”
“Jeannie, eu não...” ele tinha se esquecido de medir o tom de voz. “Jeannie. Querida Jeannie.” disse, sorrindo.
“Sim, querido Amo?” Ela também sorria.
“Olhe, eu tenho um vôo lunar na segunda-feira. Teremos tempo pra tirar férias depois. Agora, eu não posso.”
“Não pode?”
“Não!...”
“Nem... nem por algumas horas?” ela começou a mexer nas roupas dele.
“Algumas horas?”
“Sim, Amo... você está em horário de almoço, não?” Ela desabotoou o paletó.
“Sim, mas...”
“Ora, custa você ficar aqui comigo por algumas horas, Major Nelson?” perguntou ela, com o mesmo tom de voz e sorriso sedutores que ela tinha adotado nestes últimos dias, massageando o peito dele pela camisa.
Bom... ele estava mesmo em horário de almoço. E ele podia pagar as horas ausentes depois. O que ele tinha pra fazer segunda-feira mesmo? Pensou, enquanto a seguia para a cabine.
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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 5:08 pm

*8*

Enquanto isso, Jeannie Segunda aparecia na sala de estar da casa do Major Nelson. “Jeannieee!” chamou ela. “Vamos, apareça!” Nada. “Preciso falar com você! É urgentíssimo, querida!” Ninguém respondeu. “Vamos, Jeannie! É sério!” ela olhou dentro da garrafa. Vazia. “Essa, não. Onde ela se meteu?” enquanto procurava sua irmã, ela ouviu alguém entrar e chamar, “Tony!”
O Major Healey! Talvez ele soubesse onde estava sua irmã.
“Olá, Major Healey.”
“Oi, Jean...” ele estava olhando para baixo quando a ouviu cumprimentá-lo, mas quando levantou a cabeça... “Oh, não... escute, se vai me mandar para o deserto do Saara ou para o Pólo Sul, por favor, mande também água ou casacos!”
“Não, querido, não vou mandá-lo para nenhum desses lugares... eu quero que você me ajude!”
“Já te disse que não vou te ajudar a pegar o Major Nelson! Mas seja piedosa e faça o que eu pedi!”
“Major Healey, quer me ouvir?”
Ele parou imediatamente de falar. A irmã de Jeannie parecia diferente, mais... mais parecida com a Jeannie que ele conhecia!
“P-Pois não.”
“Você viu a minha irmã por aí?”
“Não... não está em casa?”
“Major Healey, se ela estivesse em casa, eu já a teria achado.”
“Não sei não... ela sabe se esconder bem quando quer.”
“Acredite, ela não está. Eu preciso que você me ajude a encontrá-la.”
“Eu ajudá-la... e por que eu faria isso?”
“Porque é um caso de vida ou morte, querido. Eu morreria de tédio se ficasse igual a ela pra sempre!!!”
“Como é que é?”
“É o seguinte: a minha irmã comprou um peso para papeis dia desses. É uma pedra fabulosamente linda!”
“Um peso de papel... lindo? Vocês gênias têm uns gostos bem esquisitos.”
“É uma ametista, querido.”
“Aaahn... e... você quer que eu a ajude a roubar essa pedra. Ah, não! Não vou fazer isso!” ele ia se levantando quando ela piscou e ele se viu preso ao sofá.
“Desculpe, mas você não me ouve, Major Healey!”
A irmã de Jeannie pedindo desculpas a ele? Algo muito sério estava acontecendo mesmo...
“Continuando... a pedra faz parte do tesouro de Ali Babá.”
“O tesouro de Ali Babá? Tony está rico!”
“Querido, quer que eu também ponha uma venda em sua boca?”
“Não, não. Eu mesmo calo a boca.”
“Enfim, ela é uma pedra comum pra vocês, mortais, mas para nós, gênios, tem uma espécie de... efeito colateral.”
“Efeito colateral? E que efeito é esse?”
“Se dois gênios tocarem na ametista ao mesmo tempo...”
O quebra-cabeça estava completinho na mente do Major Healey. Agora ele tinha entendido tudo! O porquê da irmã de Jeannie estar tão paciente e até boazinha com ele e o porquê da própria Jeannie estar tão mudada...
“Eles trocam de personalidade!”
“Ah... eu sabia que você entenderia, Majorzinho.”
“E Jeannie está com a pedra?”
“Eu acho que sim. E eu quero voltar ao meu normal, a minha paciência para a minha paciência ilimitada tem limites!”
“O que?!”
“Deixa pra lá. Nós temos que encontrá-la! E então, tenho a sua ajuda ou não?”
“Hum... sabe que eu adoraria ver você boazinha pra sempre?” disse ele, sorrindo debochadamente. Ela revirou os olhos e disse a ele:
“Querido. Se eu ficar boazinha para sempre, é a minha irmã quem vai te mandar para o Pólo Sul só de cuecas.”
Ele tremeu. “Você tem razão! Vamos logo!” ele levantou-se do sofá e puxou a mão dela, saindo pela porta da frente.

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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 5:08 pm

*9*

Depois de muitos beijos e carícias na cabine do iate, o Major Nelson finalmente disse: “Jeannie... procure entender... eu realmente não quero um iate agora!”
“Não?”
“Não!”
“Ahh! Já sei!” Ela piscou e ele se viu num escritório com paredes de madeira, sentado numa confortável cadeira de couro. Ele usava um elegante terno cinza de linho e, em vez de seu quepe, usava um chapéu de cowboy! Tinha um copo de uísque em uma das mãos. “Ah... Jeannie!”
Ela apareceu sentada com as pernas cruzadas, na mesa, em frente a ele. “Chamou, Sr. Nelson?” disse, sorrindo. Ela estava vestida com roupas de secretária: um tailleur preto, cabelos presos num coque e óculos redondos de aro fino. Ela estava lindíssima, mas ele precisava se concentrar.
“Jeannie, onde eu estou?”
“Em seu rancho no Texas, Amo!” respondeu ela, muito animada.
“O que?!”
“Já que você não quer um iate, eu resolvi te dar um rancho! Você seria um poderoso magnata do petróleo e todos o temeriam e...”
“Jeannie! Eu não sou um magnata do petróleo, eu sou um astronauta!”
“Não quer ser um magnata do petróleo?”
“NÃO!”
“Mas você também fica tão lindo assim!”
“Jeannie!!!”
Ela olhou para ele séria. Ele, temendo o que ela pudesse fazer em seguida, acrescentou um “Por favor.”
“Muito bem, Amo.”
Ela piscou e eles sumiram.
***
Nisso, o Major Healey e a irmã de Jeannie aparecem em Bagdá. “Ei, o que estamos fazendo aqui?”
“Se eu me conheço bem, Jeannie deve ter levado o Major Nelson ao seu mais novo palácio. Agora, falta saber qual.”
“Ela já ofereceu, mas ele nunca quis.”
“Eu sei que ele é seu amigo, mas ele é outro quadrado, apesar de bonitão.”
“Quadrado nada, ele é burro!”
Ela deu uma risada e eles foram parar numa área mais nobre da cidade.
Andaram bastante, até que viram um suntuoso palácio, com pilastras de ouro cravejadas de esmeraldas.
“Ah! Deve ser aquele ali! Vamos!”
“Já que eu estou aqui te ajudando e tal... não dava pra você me arrumar uma dessas não?” disse ele, apontando para uma das pilastras.
“Não temos tempo pra isso, ande!”
“Estou aqui de boa vontade e é assim que você me retribui?”
“Fique quieto!” disse ela, enquanto eles entravam no palácio.
“Acho que eu vou pedir ao Tony... ele não se importaria de me dar uma dessas, deve ter milhares aqui!”
“Jeannie!” chamou ela.
“Tony!” chamou ele.
“Sou eu, querida! Sua irmã!”
“Oh, assim, ela vai te atender logo!” comentou o Major Healey, sarcasticamente.
“Quem está aí?” disse uma voz que não era familiar a nenhum dos dois.
“Deve ser um dos guardas do palácio... vou me apresentar...”
Eles foram andando e se depararam com um soldado.
“Olá, querido... você por acaso...”
“Intrusos! Prendam-nos!” ele mandou outros soldados prenderem os dois.
“Ei! Largue-me!”
“Eu exijo o meu advogado!”
“Você não sabe com quem está lidando, rapaz!”
Ela piscou e eles foram parar dentro do palácio.
“Pronto. Era só o que me faltava, a...”
“Jeannie! Sua gênia fujona! O que faz aqui no palácio de Said?” eles ouviram.
Ela virou-se e deu de cara com seu amo.
“Amo! Heheh... olá!”
Ele foi se aproximando, e não parecia muito feliz.
“E quem é esse?” disse, olhando para o Major Healey.
“Esse é... um amigo! Heh.”
“Eu já disse que não quero você fora da garrafa! Vou mandar prendê-la e furar seus olhos se fizer isso de novo!”
“Ei, seu grandalhão! Ela pode não valer nada, mas é uma dama e não é assim que se trata uma dama!”
“Hum”, pensou Jeannie Segunda. “Ele é burrinho, mas é um cavalheiro!”
“O que foi que você disse?” O amo de Jeannie Segunda levantou-se; ele devia ter mais de dois metros de altura!
“Ahn...” o Major Healey encolheu-se. “Eu sou um mísero astronauta da NASA, deixe-me viver!”
“Ai, esqueça! Ele é só burrinho, mesmo!” pensou Jeannie Segunda.
O amo de Jeannie Segunda a pegou pelos lados e cobriu seus olhos. “Vamos embora!” disse. Ela gritou.
“Ei! Ei! Espere!” disse o Major Healey.
Na entrada do palácio, seu dono conversava com os guardas quando viu o amo de Jeannie segunda carregando-a (e ela não parava de bater os braços e pernas, gritando, “Me largue!”).
“Ahmed! O que houve?”
“Esses são os intrusos, Said. Minha gênia e um cidadão qualquer.”
“Ei! Eu sou um importante membro do exército americano e do programa espacial! Não sou um cidadão qualquer!”
“Ela eu levo comigo, quanto a ele... pode fazer o que quiser, não o conheço.”
O Major Healey estava ficando realmente revoltado.
“Espere um minuto... largue a moça, você não vê que a está machucando?”
Achmed riu. Isso deixou o Major Healey mais irado e ele, sem pensar no que estava fazendo, deu um chute na canela do amo de Jeannie Segunda. Ele largou sua gênia e pegou o pescoço do Major Healey com as duas mãos. “Agora!” disse ele, olhando para ela, quase sem ar. Ela entendeu e os piscou para longe dali.

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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 5:09 pm

*10*

Enquanto isso, o Major Nelson se via desesperadamente preso numa enorme gaiola no meio de sua sala de estar. “Jeannie! Tire-me daqui!” “Isso é pior do que aquela cela onde ela me prendeu aquela vez!”, pensou ele.
“Amo! Eu não vou tirá-lo daí até você permitir que eu faça algo para você! Pra que sirvo como gênia se eu não posso fazer nada?”
“Mas Jeannie, você faz muito por mim!”
“Humpf! Arrumo a casa, faço comida, lavo suas roupas... Coisas que uma empregada faz! Eu sou uma gênia muito poderosa, e não sua empregada!”
“Não, Jeannie... você está sempre de bom humor...”
“Amo, você já me viu de mau humor várias vezes...”
“Sim, mas... geralmente você está feliz em me ver, tem sempre palavras boas pra dizer...”
Ela olhou para ele desconfiada.
“Quer sempre me ajudar, é muito compreensiva, carinhosa...”
“Humm...”
“Adorável... e é a mulher mais linda que eu já vi. Jeannie, eu não gosto de você por ser uma gênia, eu gosto de você porque você é você. Eu nunca conseguiria viver sem você, Jeannie...” ele estava surpreso com si mesmo. Geralmente ele guardava os sentimentos pra si e esperava que ela entendesse. Mas agora ele falava deles a ela como se estivesse falando do tempo!
“Oh, Amo...” ela estava deslumbrada, e chegou perto da gaiola.
Era isso. Não tinha mais porque ficar escondendo o que ele sentia por ela. Se ela pedisse para casar-se com ele naquele exato momento, ele aceitaria, sem hesitar!
Ele estava apaixonado por ela desde o primeiro momento em que a viu, e agora que tinha essa toda essa espontaneidade e determinação, iria dizer isso a ela! Ele pegou nas mãos dela e começou:
“Jeannie, eu te...”
Mas nesse exato minuto, seu melhor amigo e a irmã de Jeannie apareceram na sala de estar.
“Ufa! Foi por pouco!”
“Você até que pensou bem rápido, hein!”
“Pois é, sou muito sagaz...”, disse o Major Healey, endireitando sua gravata.
Jeannie e o Major Nelson olharam para os dois, um para o outro e para os dois de novo. “Jeannie? Major Healey? O que estão fazendo aqui?”
“Irmãzinha! Aí está você! Como vai? Tudo bem? Onde está a pedra?!”
“Hein?”
“Jeannie, o seu peso de papel! Cadê?” virando-se para seu amigo preso na gaiola, disse, “Oi, Tony. Tony! O que você está fazendo aí dentro?”
“Ela não tem criatividade. Sempre me imitando!” Disse Jeannie Segunda para o Major Healey.
“Jeannie, o que a sua irmã está fazendo aqui?” perguntou o Major Nelson.
“Querido, relaxe. Não vim alegrar o seu dia hoje. Primeiro eu tenho que alegrar o meu!”
“O que você quer aqui, Jeannie? E porque está fazendo o Major Healey de refém?”
“Refém? Querida, o Major Healey e eu somos velhos amigos! Não é, Majorzinho?” disse ela, repousando o braço esquerdo no ombro dele.
“Velhos amigos? Nós?!” ele pensou no que ela poderia fazer com ele quando voltasse ao normal. “Oh, sim, claro.” E abraçou-a com o braço direito.
“Jeannie, eu a conheço muito bem e sei que suas intenções aqui não são das melhores. Agora, diga o que você quer e suma daqui!”
Nenhum dos três nunca tinha visto Jeannie tão inflamada. O Major Healey saiu de perto de Jeannie Segunda e foi pra perto da gaiola. Ele olhou assustado para seu amigo, que devolveu o mesmo olhar.
“Jeannie, acalme-se. O negócio é o seguinte: você se lembra do peso pra papeis que comprou outro dia?”
“Sim, aquela linda pedra roxa que você roubou de mim?”
“Irmãzinha, eu não roubei pedra nenhuma e pra falar a verdade, quero ela bem longe de mim! Bom, assim que consertarmos o que aquela maldita pedra fez!”
“O que? Como assim?”
“A pedra é uma ametista de Sésamo.”
“O que? Aquela pedra faz parte do tesouro de Ali Babá?”
“Sim, querida... e você sabia que aquelas pedras não só míseras pedras?”
“Claro que não, elas valem milhões!” era o Major Healey, pensando num tesouro como aquele.
“Roger!” reprovou o Major Nelson.
Jeannie Segunda continuou sua narração.
“Como eu estava dizendo, aquelas pedras são comuns para os mortais, mas têm efeitos sobre nós.”
“Efeitos?!”
“Sim. A ametista faz com que dois gênios troquem de personalidade se tocarem na pedra ao mesmo tempo.”
“Então foi isso que...”
“Exatamente, querida. Agora, onde está o raio da pedra?”
“Eu... eu não sei!”
“Se você não a perdeu, ela deve estar aqui em algum lugar. Procure!”
“Se ela estiver aqui, vai aparecer, não?”
“Você vai esperar que ela crie perninhas e corra até você?”
“Não, sua boba. Vou me concentrar!”
Jeannie se concentrou e piscou. Começou a olhar pela sala. Os outros fizeram o mesmo. O Major Nelson viu uma luz violeta no canto de sua sala. “Jeannie!” chamou. “Ali!” e apontou para a tal luz.
Ela foi até lá e pegou a pedra. Andou até o meio da sala sem tirar os olhos dela.
Olhou para sua irmã e esticou a mão.

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MensagemAssunto: Re: Diga-me o que compras...   Diga-me o que compras... EmptySáb Mar 01, 2014 5:09 pm

*11*

“Ah! Finalmente!”
“Pronta?”
“Pronta!”
Jeannie Segunda colocou a mão por cima da pedra e o familiar raio azul saiu dela, com um tom mais claro desta vez. Ele novamente mudou de cor, ficando metade verde e metade rosa e se dividiu em dois, a parte rosa atingindo Jeannie na testa e a parte verde, a testa de sua irmã. Elas desmaiaram.
Por algum motivo, a gaiola que prendia o Major Nelson sumiu e ele foi até Jeannie para tentar acordá-la. Mas não foi preciso; ela já estava acordando.
“Amo?” disse ela, olhando para ele. “O que aconteceu?”
A irmã de Jeannie também estava acordando. “Aaah! Que dor de cabeça!” Abriu os olhos e não podia acreditar: o amo de sua irmã estava bem na sua frente!
“Olá, Major Nelson, querido...”
Jeannie, ouvindo a voz de sua irmã, levantou-se rapidamente e colocou-se em frente a seu amo.
“Jeannie! Deixe-o em paz!”
Ela levantou-se e um outro plano para pegá-lo começou a se formar em sua mente. Ela tinha voltado ao normal!
“Ah! Voltei! Finalmente!”
“Obrigada pela visita, Jeannie, TCHAU!”
“Até loguinho, querida. Não se preocupe, eu voltarei para fazer mais uma visitinha!” Ela dirigiu-se ao Major Nelson: “Até mais ver, Tony, meu bem!”
“Tchau!...” disse ele, desconfiado.
“Quanto a você...” ela disse ao Major Healey, passando por ele, “Não vou mandá-lo para o deserto e nem para o Pólo Sul tão cedo... Agora eu tenho que dar uma liçãozinha ao Sr. Achmed por ter ameaçado furar os meus olhos!!! Ciao!” E sumiu numa nuvem de fumaça verde.
“Jeannie”, disse o Major Nelson, “Você está bem?”
“Estou sim, Amo, obrigada.”
“Bom... já que tudo acabou bem, eu vou indo...”
“Obrigada, Major Healey.”
“De nada, Jeannie. Olha, não me leve a mal, mas... de aventuras das mil e uma noites, eu estou farto! Tchau!”
“Tchau, Roge.”
“Tchau, Major Healey!”
O Major Healey saiu e Jeannie e o Major Nelson se entreolharam. Ele se levantou primeiro, seguido por ela.
“Jeannie, eu queria pedir desculpas.”
“Desculpas? Pelo que, Amo?”
“Por... bom... por... bem, você sabe!”
“Não sei não.”
“Jeannie!”
“Amo, você não precisa se desculpar por nada.”
“Não?”
“Não, Amo... aquela foi uma das melhores noites da minha vida.”
Ele sorriu. Estava aliviado. Ela não estava magoada, muito pelo contrário!
“Jeannie! Você é maravilhosa!” disse ele, dando lhe um beijinho.
“Obrigada, Amo!”
“Jeannie, antes de sua irmã chegar, nós estávamos conversando sobre... estávamos conversando. Você se lembra?” Claro que ela se lembrava.
“Sim, Amo, sobre como você não queria ser um magnata do petróleo... pff!” ela deu uma risada. “Onde eu estava com a cabeça? Você adora ser astronauta!”
Será que ele estava enganado?
“Haha... sim... é... é só disso que você se lembra?”
“Sim, Amo. Por que? Falamos de mais alguma coisa?”
Ele se acovardou e achou melhor adiar aquela conversa, já que ela não se lembrava. Sentou uma pontinha de tristeza e não sabia bem o porquê.
“Hã... não! É que... você me deu um chapéu de cowboy! Heh.”
“Hahaha! É verdade! Mas você também ficou lindo daquele jeito.” Ela sorriu.
“Fiquei, é?” ele disse, sorrindo também.
“Sim... mas você fica ainda mais lindo com esse uniforme, sabia?” disse ela, colocando o quepe na cabeça dele.
“Hum... que ótimo.” Ele disse, dando um beijo carinhoso nela. “Boa noite, Jeannie.”
Ela suspirou. “Boa noite, Amo...”
Ele estava quase entrando em seu quarto quando a ouviu chamar: “Amo, espere!”
“Sim?” ele se virou para falar com ela.
Ela piscou para si mesma roupas de odalisca parecidas com as da noite anterior, mas roxas em vez de vinho. Ele reparou que a tal ametista estava no meio do cós da calça. Ele andou em direção a ela. “Jeannie...?”
“Acho que você precisa se distrair, Amo. Afinal, você tem um vôo lunar em dois dias...”
“É... acho que preciso ficar relaxado até lá...” ele disse, sorrindo.
Ela deu uma risadinha e piscou roupas de sultão nele, o que o fez rir. A sala de estar tinha virado uma tenda cheia de almofadas novamente e uma música árabe começou a tocar. Ela mal tinha começado a dançar e ele a agarrou e jogou para trás, dando um beijo nela. “Você é minha odalisca preferida.” disse, extasiado.
“Oh, Amo...” disse ela, rindo. “Eu sou sua única odalisca!” e devolveu o beijo.

FIM
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